quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Um Lugar-Comum Chamado Drummond
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
sábado, 27 de outubro de 2007
O Bonde do IG: A Vergonha da Mídia Vermelha
Porém, o grande nome entre os blogueiros do IG é o chefe da quadrilha. Sim, amigos, José Dirceu, o Mafioso, também mantém um blog no portal. Alías, o chefão possui mais do que isso. O endereço eletrônico, http://blogdodirceu.blig.ig.com.br/, é um verdadeiro portal da figura que sintetiza toda a corrupção que foi, e continua a ser, o mandato de Lula. Dirceu foi apontado como chefe do esquema do mensalão, teve seu mandato como deputado cassado e foi demitido da Casa Civil. Mas ao que tudo indica, ainda tem fôlego para mais. Em recente entrevista ao programa "Provocações", da Tv Cultura, o mafioso Zé dispara: "Se eu tivesse renunciado o mandato no auge da crise de 2005, com certeza teria sido eleito novamente nas eleições de 2006". E cá entre nós, se Zé Dirceu tem certeza disso, eu não duvidaria, posto que de táticas para eleger qualquer anta ele entende.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
As faces do Pecado
O político alcançou o lugar mais alto do senado. Conseguiu respeito. Era um homem temido. Casado, desonesto e manipulador, ainda restava-lhe um desejo a qual não havia provado: o poder da conquista.
A jornalista tinha algum sucesso em sua carreira. Apresentou um telejornal brasiliense, em uma afiliada à Rede Globo. Mas lhe faltava algo: notoriedade.
O apresentador tem uma vida bem sucedida. Líder de audiência na maior emissora do país. Casado com uma mulher igualmente reconhecida. Sobravam-lhe poder e notoriedade.
Mas ele queria mais. Faltava-lhe o respeito alheio, despertar em todos um sentimento: inveja.
Eles conseguiram o que queriam. Mas pagaram o seu preço.
Esse mensalão promíscuo que recebia era fruto de uma relação da jornalista com o ex-presidente do senado, Renan Calheiros. Relação esta que, além de originar uma filha fora de seu casamento, detonou a imagem do político alagoano.
domingo, 14 de outubro de 2007
Entre Capitão Nascimento, Foucault e Che Guevara
Os outros dois batalhões irritam um pouco mais. E é aqui que a lógica de Capitão Nascimento entra em cena.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Che Guevara, a Saga de um Porco
Em 59, Fidel e Che recebem apoio financeiro e armamentistas dos carniceiros soviéticos e derrubam do poder o presidente de Cuba, Fulgencio Batista. Passados 49 anos no comando, o verme Fidel Castro segue à risca a cartilha do Porco para se manter ditatorialmente no poder: totalitarismo em primeiro lugar, implementação da burrice e alienação política de sua população.
Resultado glorioso. Cuba é hoje uma ilha da ignorância. Uma espinha geopolítica cheia de pus. Uma população que escapa das garras de Fidel na primeira oportunidade que aparece. Os menos sortudos, que permanecem na ilha, sofrem um racionamento de água, luz, energia e alimentos, além de terem arrancados vários direitos civis libertários. E esse, companheiros, foi o sucesso de Che Guevara, sua obra-prima porcalhona, que espalha, até hoje, sangue e pobreza por onde passou. Fidel, nos dias atuais, anda mal. Em estado de saúde tão agonizante quanto seu país. Porém, seu substituto já fora escolhido: o caçulinha Raul Castro.
A fabricação de um mito
Após mais um fracasso em sua biografia, durante uma investida falida pela África, no Congo, o Porco retorna com o desejo de unificar os países da América Latina (pasmem, se tudo desse certo, pelos planos de Che, nosso presidente seria Fidel Castro).
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
PMNFE - A Flatulência de Brasília
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
E-mail de Calvin para Suzie e vice-versa
tuesday, 18 de fev. de 1999, 14:44 p.m. from: hobbes_dude@worldmail.com to: suzy_derkins@ucla.edu subject:
oi suzy, vamos direto ao ponto. preciso de grana. entrar e sair de centros de reabilitação não é necessariamente o que você imaginaria um programa barato. reclame o quanto quiser, mas você ainda me deve essa. sei, sou um babaca e etc e tal. e daí? não dou a mínima para seus conselhos, nunca dei. mudei, mudamos. mas continuo não dando muita bola pro que você pensa, portanto mande dinheiro e nem pense em me responder com sua habitual ladainha. estou acessando esta porra de computador (odeio macs mesmo, sou o único que afirma isso em voz alta!) nessa merda de shopping, crianças não param de gritar aqui atrás. quem brinca com lego hoje em dia? elas ficam jogando as peças umas nas outras e uma quase engoliu um tijolo da série madonna. acredita em legos série madonna? pois é. merda, já comecei a descrever tudo de novo, lembra quando eu descrevia pra você a neve de denver e você cantava pra mim pelo telefone? vai chorar suzy? suzy cry baby! não faz essa cara - suzy cry baby - onde foi que erramos? ah, who cares... sua filha já brinca com o hobbes? já encheu ele de genuíno carinho infantil, passeou com ele por aí no campus? só você pra casar com um professor, depois de tudo, suzy. eu fui tão escroto assim é? nós iríamos crescer um dia, suzy derkins. eu ia perder meu charme de garoto tímido-boca-aberta-day-dreamer. ah, eu ia. ontem mesmo tentei brincar de spiff com duas crianças na praça e um guarda quis me prender por molestação. justo eu. são os anos 90 e eles estão se esvaindo, suzy. oh hell. grana suzy, por favor. dessa vez vou sair limpo, são e com menos devedores atrás de mim. i swear to god. bye sweetie calvin.
p.s.: se vc não responder logo, vou ligar.
tuesday, 22 de fev. de 1999, 14:44 p.m. from: suzy_derkins@ucla.edu to: hobbes_dude@worldmail.com subject: Re:
Calvin, seu desbocado. você me pergunta tanto quando quem deveria estar começando a fornecer respostas é ninguém outro que você. é imensamente respeitável o fato de que caminhando em direções opostas nossas chances de reencontro são nearly impossible.você me pergunta tanto. e eu mal começo a responder e já estou calando a boca de novo para ouvir seus pequenos dissabores.você já reparou como eu não consigo olhar pra muita gente nos olhos? você já reparou que meus primeiros cinco segundos no telefone são feitos de pavor adolescente? seja quem estiver ouvindo do outro lado da linha. quando foi a última vez que a vida mostrou-se surpreendente nos últimos 15 dias? quando é que você vai se conformar que o inesperado nunca vai avisar de sua chegada? não sei se existe um dia que nunca chega. não sei mesmo cal. vá passear num dia de sol e vá ler um livro e achar um emprego. me liga perto do natal me dando um endereço fixo para eu te mandar um cartão e uma foto da evan. hobbes dorme comigo e ainda sorri, evan chorou quando um olho dele caiu. eu costurei de novo e ela olhou atentamente e disse: "e se voce costurou de cabeça pra baixo mãe? hobbes vai ver o mundo de dois jeitos diferentes?" é lindo né? mas voce nunca admitiria. ela aponta para seus cabelos espetados quando vê as fotos. aprendi a não chorar quando chegam seus e-mails ásperos e chocantemente divertidos. sem dinheiro pra você, golden boy. luv, suzy.
tuesday, 18 de fev. de 1999, 14:44 p.m. from: hobbes_dude@worldmail.com to: suzy_derkins@ucla.edu subject:
suzzzzzzzzzzzzzzz, hoje eu acordei fazendo uma five year old question: “para onde voam os ventiladores de teto no inverno?”. você não entenderia o que é poder entrar em 4 bares numa mesma noite (você nunca foi parceira pra isso) e não tomar rigorosamente nada. quanto ao dinheiro, hey ho! no último bar encontrei uma garota que é roadie de uma banda daqui (“os abomináveis filhos de sartre”) e ela disse que vai me conseguir um emprego vendendo camisetas no show. ah, se eu tivesse toda essa determinação quando moramos juntos, né? o som é uma espécie de bee gees pós-seattle. cool , huh? não torce o nariz, quem já foi num show da lisa minelli não pode torcer o nariz pra mais nada. pergunta pra evan sobre os ventiladores de teto. e deixe de ser tão corrosiva suzie, não é pra convesar comigo mesmo que eu te escrevo, se fosse assim eu leria a sessão de quadrinhos do jornal até a vontade passar. acabo de lembrar que deixei o telefone da roadie em casa. beijos e aranhas de plástico no seu lanche, cal.
tuesday, 22 de fev. de 1999, 14:44 p.m. from: suzy_derkins@ucla.edu to: hobbes_dude@worldmail.com subject: Re:
calvin, seu astronauta de shopping,
se você fosse menos ácido eu não ficaria tão inclinada a entrar no jogo do ele disse/ela disse por e-mail. certo, é seu o título de corrisivo-junkie bom vivant. good for you. evan aprendeu a fazer dobraduras na creche, e são essas coisas que me importam. sinto que sobra vontade e falta sonho toda vez que você veste seu salva-vidas no mar de empregos temporários. frustração diária se combate com os olhos atentos para o inesperado, cal.
acabo de ganhar um barquinho feito pela evan. às vezes eu quero desdobrar o origami em que me tornei. hobbes disse que os ventiladores de teto no inverno vão atrás de meninos que não querem tomar banho.
escrevi a palavra divórcio no meu diário pela primeira vez.
“love in the 90s is paranoid.”
lembre disso quando ligar pra roadie,
beijos e sopa para jantar,
suz.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Obsessão
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Produtos do Ócio: As Férias dos Los Hermanos
Dominó? Passeio no parque? Chá com os amigos? Que nada! Enquanto os esperados discos solos de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante não saem, os hermanos parecem bem à vontade em sua nova investida cultural: curtir a aposentadoria adoidado!
E o bloco, que já fora do eu sozinho, ao que parece, anda bem agitado. No vídeo acima, o guitarrista e vocalista, Rodrigo Amarante, em uma atuação peculiar, interpreta a canção "Eu bebo Sim", junto ao seu mais assíduo projeto, a big band carioca Orquestra Imperial, com a qual acaba de lançar o regular cd "Carnaval Só Ano Que Vem". O projeto, que já vinha tomando algum espaço do músico junto a carreira do Los Hermanos, e ao "final temporário" da banda, virou sua principal atividade, já foi apontado como um dos fatores determinantes do recesso. Outras supostas razões apontam para um conflito criativo entre as composições de Amarante e Camelo. Mera especulação de quem não sabe muito o que dizer. Independente da causa, o que parece é que os dois cantores se tornaram maiores que a banda.
Deparei-me com o tal "Carnaval Ano Que Vem" semana passada. Intempestividades à parte, demorei um tanto de tempo para entender o disco. O som nos faz lembar dos antigos bailes carnavalescos (mesmo àqueles que, assim como eu, nunca foi a um deles). Uma grande seleção de novas marchinhas e monotonias mpbísticas capazes de alguma empolgação. Quem espera uma influência maior de Amarante no disco se decepciona. Não há nada na Orquestra que se confunda com algo de Los Hermanos. Seria um Rodrigo Amarante que os hermanos não deixavam transparecer com tamanha nitidez? Talvez. Não me atreverei a dizer do que é feito o samba. Mas dá para arriscar de onde ele vinha para a banda: de Amarante, é claro.
Muita balela já fora relacionada à esse vídeo. Títulos como "Amarante Doidão" ou "Amarante muito louco" mostra toda a superficialidade de quem não consegue enxergar que, de fato, não se tratava de nada além de uma encenação hilária. E como vocês já devem ter reparados, eu sou totalmente contrário a polêmicas infundadas. O vídeo se torna algo a competir com a também hilariante parceria insólita Sandy, a Virgem e Marcelo Camelo (artigo já publicado aqui no Clube).
Outro integrante que arrisca em novos ares é o tecladista Rodrigo Medina. Fundamental para a parte melódica da banda (apesar de algumas introduções de seu tecladinho me irritarem um pouco), Medina investiu maior atenção a seu interessante blog, Instante Posterior, publicado pelo portal G1. Entre rabiscos literários, análises culturais e atualidades, o blog dá peculiar atenção às peripécias quase camponesas do músico, pós-Los Hermanos. Uma delas eu destaco aqui na foto, revelando, em uma pose nada muito charmosa, uma de suas novas atividades: montaria estática. Aparentemente, ficaria mais à vontade na frente do computador.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Para Quando nos Faltarem Palavras
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
O Blá-Blá-Blá de Heroes
Estréia domingo para os brasileiros a série de maior sucesso do momento, para os americanos. Heroes desbancou L.O.S.T. do primeiro lugar e promete aquecer o mercado da lataria-reciclável que virou a nossa querida e estimada televisão.
O roteiro de Heroes é tão encantadoramente piegas quanto surpreendentemente repetitivo, usa meia-dúzia de atores com o padrão "malhação" de qualidade e abusa de efeitos especiais de quinta categoria. Nada que uma mega divulgação mundial não possa resolver em alguns milhões de dólares. De quebra, a trilha sonora é também nem um pouco original (o vídeo acima é o trailer promocional dos últimos capítulos da temporada).
....
Tarantino diz não!
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Tapa na Cara da Hipocrisia Social
"Às vezes eu me pergunto: Quantas crianças precisam morrer para um playboy fumar um baseado?"
Essa conta ainda não foi feita. O bando de sociólogos pseudo-cults está muito mais ocupado em inflar o seu próprio ego do que encarar a realidade. Porém, o produto final dessa matemática macabra está por toda parte, escancarada em qualquer estatística que acostumamos a ignorar. O assunto parece clichê, piegas ou até mesmo hipócrita. O filme que relata isso não (uma das cenas mostrada no vídeo acima).
"Tropa de Elite", com direção e produção de José Padilhe, o mesmo do documentário Ônibus 174, apresenta à elite o policial do B.O.P.E., Capitão Nascimento, autor da frase que inicia esse texto e interpretado impecavelmente por Wágner Moura. Além da parte falida e corrupta da polícia militar carioca e o poder que o tráfico exerce na cidade - temas já abordados em outros filmes, como Cidade de Deus - a produção, prevista para entrar em cartaz ainda esse ano (mas que teve uma cópia divulgada clandestinamente na internet), inova e, ao mesmo tempo, choca uma sociedade hipócrita que, sarcasticamente, dá aval ao motor que sustenta a indústria do tráfico: Você, maconheiro. Você, que acha o maior barato fumar "unzinho" em suas rodinhas pseudo-anárquicas. Você, que se reúne a seus cúmplices para queimar a bandeira da opressão, da elite, ou da aversão ao sistema enquanto fuma o destino de milhares de crianças com dias limitados à bala de fuzil na cabeça. É você, seu maconheiro, que abastece o bolso de traficantes em troca de meia hora de "diversão". Eu tenho nojo disso. Eu tenho nojo de você.
Uma pessoa que usa drogas não tem o direito de reclamar do sistema. Não tem o direito de botar a culpa dos males da sociedade na violência, nem nos políticos. Uma pessoa que compra maconha e pó da mão de bandido, também é bandido. Mas, nesse mundo que sempre há de ter forças para nos surpreender, em mais uma de suas irônicas inversões de valores, o que vemos é uma adoração a esse tipo de gente, seja na mídia (adotando ícones como Marcelo D2 e seu Planet Hemp), nas ruas, nos morros e, para mim, a parte mais irônica dessa história: Nas Universidades.
O local que era para ser o centro da formação intelectual dos jovens, vira a casaca ao transformar-se em um culto à bestialidade. O cara descolado da turma é o que traz a droga. "O foda da faculdade, é que à primeira vista os estudantes são caras legais pra caralho. É um lugar cheio de mocinhas lindas e com boas intenções". O que vemos nos indignamentes denominados Centros de Ciências Humanas é o lixo cultural que contaminou os valores da sociedade. E esse esgoto da modinha em ser rebelde fede. E muito. Como Você, maconheiro, tem estômago para discutir consciência social e cultura depois de enrolar um baseado? Você não se sente parte do crime? Você não percebe que é usado e incentivado pelos traficantes midiáticos e marqueteiros a se transformar em uma mula? Se ainda lhe restou algum neurônio, maconheiro, pense.
...
Você e seus amigos se sentem bem à mesa de um bar. Trocando idéias e tomando cerveja, horas passam com um rapidez agradável. As histórias que ocorrem são hilárias e relembrar as tais com outros amigos, tomando outras cervejas, fazem você se sentir melhor ainda. Eu sei, eu também sou assim. Tomar umas com os amigos é demais. E, afinal de contas, se você souber se controlar, a cerveja nem faz tanto mal à saúde. Não exagerando na dose, evitando não beber antes de pegar o carro e com outros pequenos cuidados, você e seus amigos podem passar anos nessa bohemia saudável.
Agora, vamos viajar um pouco:
Imagine se surgissem reportagens denunciando uma cervejaria - tomemos como exemplo fictício a Skol - que usa, como trabalhadores, jovens e crianças de até 10 anos de idade. Nessa fábrica, os presidentes da empresa estão milionários, enquanto seus operários juvenis são arrancados de suas famílias, deixando mães aos prantos, e obrigados a trabalharem dia e noite em troca de trocados e pares de tênis importados.
A rotina é cruel, todos os empregados perderam a identidade, nunca pisaram na escola e só se comunicam por um dialeto exclusivo do ambiente. Quem passa na frente dessa cervejaria-fictícia para comprar sua cervejinha não enxerga seus bastidores. Porém, a reportagem é avassaladora. Escancara a violência que rege a organização. Em uma cena, obtida com uma câmera escondida também fictícia, pode-se ver algo chocante: um operário da Skol de 10 anos, ao derrubar por acidente uma garrafa que seria abastecida, é espancado pelos superiores. O sangue do menino se espalha entre a cerveja que escorre no chão. Seu colega, de idade semelhante, que não relatou o incidente ao chefe, sofre pena mais grave: tem sua cabeça estourada por uma espingarda calibre 12. Após alguns funcionários retirarem os dois pequenos corpos, já desfigurados, o trabalho recomeça na fábrica.
Diga com sinceridade: após essa reportagem fictícia, você se sentiria confortável para tomar uma Skol com seus amigos? Você iria achar legal o cara que leva umas latinhas da cerveja na mochila e distribui para os colegas da faculdade? Você não se sentiria culpado em ajudar a financiar tudo isso? Não iria lembrar da imagem com os dois garotos ensangüentados a cada gole de cerveja que tomasse?
Claro que isso é só ficção. Não tem nada a ver com a nossa realidade. É apenas um mundo imaginário que se parece com o nosso. Com problemas fictícios que se parecem com os nossos.
É impossível mudar o passado. Somos obrigados a conviver com o presente. Mas o futuro: esse a gente pode mudar.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
O Outono é sempre igual: a Sandy estraga no final
Ouça essa música. Porém, pause o ponto 1:20m do vídeo. Aqui está a exata fronteira entre o Cult e o Brega; entre o Indie e o Pop; o Orgulho e o Preconceito; a Melodia e a Gritaria; a Calma e o "Vamo Pulá"; Chico Buarque e Chitãozinho; Clarice Lispector e J.K. Rowling; Franjinha e Mullets; Barba e Espinhas. E sabe qual a diferença real entre esses mesmos 80 segundos cantados por Marcelo Camelo (no Acústico Mtv, em "Quatro Estações) e o restante, gritado por Sandy? Você, platéia. A música (e isso é que devia importar) é exatamente a mesma.
Se Los Hermanos ou qualquer outro projeto barbudo tivesse lançado esses mesmos 1 minuto e 20 segundos em algum disco que já sai da gravadora com o selo CULT pregado à capa, toda a breguice que atrai tomates à dupla sertanejo-pop-teen daria lugar a sorrisos blasés pré-fabricados de uma penca de fãs que não aprendeu senso crítico na escola, além de palmas de uma crítica preguiçosa, que acha mais fácil copiar opiniões do que pensar.
Camelo, ou a sua interpretação, impôs na música todo o arzinho superior temperado à velha bossa-nova que dá o tom de sua obra e despenteia suas viúvas. Contudo, Sandy, a Virgem, não deixa barato. Um grito estridente deixa bem claro que estamos em terreno estranho, bem estranho, esquartejando qualquer resquício de saudade que o fim da dupla poderia causar.
Musicalmente falando, a versão é sofrível. A "química" entre os dois simplesmente não existe. A impressão que dá é que são duas canções em uma só: a diferença entre uma interpretação e outra é gritante, literalmente. A primeira parte ficou com o jeitão Los Hermanos, apesar da música ser de Sandy: letras existencialistas e, por vezes, com temas bucólicos (vide "o vento" ou "primavera"), pieguices ("o calor aquece o meu coração") e esquisitisse ("felicidade, uma quimera/viver sonhando, quem me dera"). Elementos que não saem da receita de qualquer canção de amor. Seja ele - o amor - ao próximo, a si mesmo ou à grana que um acústico Mtv às vésperas da "aposentadoria" das duas bandas pode render. Só falta Sandy e Junior cantarem "O Último Romance" para tirarmos a prova real e sabermos se o saco do qual saem essas duas farinhas é o mesmo.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Compêndio do Besteirol Instantâneo ou Escrito das Pseudo-Dúvidas Retóricas
domingo, 19 de agosto de 2007
Chico Buarque Não Morreu
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
ignorancia.com ( A Involução do E-Punk)
D.I.Y. (Do It Yourself): Faça Você Mesmo. A sigla traduz o principal lema das bandeiras daqueles que, por muitas vezes, as queimam por hobby: O Movimento Punk. Niilismo, subversão, agressão visual. Nunca o mantra anárquico fez tão pouco sentido como agora.
A Revolução Punk, que como manifestação cultural cultuou e enterrou bandas como Ramones e Sex Pistols, colhe agora mediante às telas de computadores os frutos de sua pobreza intelectual.
O D.I.Y. é levado à risca e despeja na internet, sem o menor pudor, uma infinidade de informações tão vagas quanto inóquas em troca de alguns scraps de fama. Orkut, YouTube, MySpace, Wikipedia, Blogs, a tão ovacionada revolução digital escancara o defeito mais latente de quando os profissionais são substituídos por curiosos aparecidos: informação burra.
O telespectador virou programador de TV no YouTube. O homem- panfleto virou publicitário no MySpace. Historiadores, biógrafos, geólogos deram lugar à uma penca de internautas que brincam de consultores culturais e confundem o mundo na Wikipedia, a "enciclopédia digital". O único ensinamento dessa coleção de pérolas e gafes elefantescas é que quando se trata de informação e cultura, o mínimo de profissionalismo e respeito ao leitor é necessário. E não confunda isso como uma pregação ao diploma universitário, mas somente uma necessidade em acreditar no que se lê, sem precisar verificar no Google 3 ou 4 vezes antes de dar credibilidade à informação.
Uma transa entre Nelson Rubens e Sonião Abraão seria uma catástrofe que faria a bomba de Hiroshima parecer uma tarde ensolarada em Honolulu. Porém, a improvável cria já fora batizada: Orkut Buyukkokten (na foto acima). A invenção desse programador da Google apresenta no Brasil uma influência diária nos modos e costumes de milhares de pessoas. Detalhes íntimos da vida alheia são descobertos em alguns cliques. Parece que o número de voyeurs era bem maior do que se imaginava.
Seu impacto cultural só será dimensionado daqui a algum tempo. E, de início, não está cheirando bem. Será que é realmente inofensivo uma exposição da vida de pessoas completamente não preparadas para isso? Transformar em reality show a navegação de internautas, em sua grande parte ainda crianças, não interfere em nada em seu desenvolvimento?
A impressão que dá é que na internet a vida não é real. É um universo paralelo onde o faz-de-conta vira opção. Você pode fazer o que quiser, até mesmo, se passar por outra pessoa. É um teatro da vida real que transforma a platéia em personagens e diretores. O problema é que, na maioria das vezes, você acaba fazendo papel de bobo. A "anarquia digital", que ignora toda forma de poder, transforma em ignorantes aqueles que se sentiam ignorados .
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
O Jogo Sujo de Lost
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Dinheiro é Tempo
Agora, nada é mais poderoso nesse caso do que as séries televisivas. CSI – Crime Scene Investigation – resolveu casos suficientes para sete temporadas, 24 Horas já fez Jack Bauer trabalhar por quase uma semana, Lost ainda vai precisar de muitas para ser encontrada, entre outras que têm ou terão muito, para o bem ou para o mal, a contar. Bem como no cinema, esse cenário não era o mesmo há certo tempo atrás. Friends e Arquivo X foram as únicas séries que conseguiram pendurar por uma década, proeza que provavelmente Smallville atingirá sem grandes problemas com o garoto de aço. Antes, comprar as séries originais, ou acompanhar episódio por episódio, podiam ser encaradas raras atividades tão nerds como o cumprimento do senhor Spock. Hoje, baixar a temporada inteira no computador e ostentar as caixas na estante, apesar de não menos nerd, é bem mais comum. Obviamente que isso se deve ao aumento da qualidade na produção e direção dessas séries. Um mercado no qual o produtor Jerry Bruckheimer sabe vender muito bem o seu peixe, tanto na telinha como na telona, nas quais tem o nome creditado em mais de cinqüenta filmagens, incluindo pérolas como Pearl Harbor. Ele acerta e ganha exatamente aí, onde não importa se rodarão CSI ou Armagedom, Arquivo Morto ou Piratas do Caribe, desde que, bem doces, as pipocas sempre irão agradar a criançada.