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terça-feira, 31 de outubro de 2006

Frase do Dia - Burguês alienado

"Você teve uma vitória espetacular. Tem que me dar um pouquinho do seu know-how, porque vou precisar para ganhar agora"
George W. Bush a Lula, numa referência às eleições legislativas nos Estados Unidos, nas quais os falcões Republicanos aparecem atrás dos Democratas. ( É fácil, mr. Bush II, cause um rombo na previdência, retarde o crescimento econômico, desvie dinheiro do povo para seus bolsos e, com o troco, crie um projeto populista com um nome bem carismático e compre os votos dos pobres).

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Piada Interna - Ah se o Chuck estivesse no bar da Cervejada de Letras!!!

Cada qual com a (re) eleição que merece

A Força da Ignorância


Pouco mais de 58 milhões de brasileiros votaram em Lula. Pouco menos de 38 milhões, em Alckmin. O tucano, que insistiu durante toda sua campanha em ser chamado de Geraldo, provou mais uma vez que é Alckmin mesmo. Ignorantes não sabem soletrar Alckmin, preferem nomes mais simples, mais fáceis de se dizer. Nomes que entram na cabeça, até mesmo, pela boca e não saem mais. Lula. Lula. Lula. O eco se fez tão grudento que sobreviveu à burrice: armazenaram o 1 e o 3 por toda a fila e conseguiram apertar os botões certeiros. Logo depois da impressão digital, atestado do consentimento, esqueceram dos números. Esqueceram do 13. Esqueceram, também, dos 1 milhão e 600 mil dólares do vale-dossiê. Esqueceram do dinheiro sujo, atolado em contas valerianas e em cuecas vermelhas de vergonha. Só não se esquecem dele, do arquétipo nordestino da vitória, o homem que não estava lá, o homem que não vê. Lula. Lula. Lula. A fome não dá trégua ao raciocínio.

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Debate de que mesmo ????

TRANSCRIÇÃO DEBATE RECORD
Apresentador: Candidato Alckimin tem 1 min pra formulhar sua pergunta.

Alckmin: No meu governo como todos sabem investi em 2 bilhões na saúde, contrui 220 mil casas populares, modernizei os postos policiais, fiz com que as crianças ficassem mais tempo na escola, diminui o imposto do pãozinho do trabalhador, fiz mais 12 quilometros de metrô, em pontos estratégicos em São Paulo para desafogar o trânsito, o Rio Tiete não registra enchente há 2 anos.

Apresentador: Tempo esgotado candidato Alckmin (perceberam que ele não fez a pergunta)

Alckmin : Se no meu governo fiz tudo isso, o que vc candidato Lula irá fazer com a segurança nas fronteiras (perceberam que ele deve ter formulado a pergunta no susto)

Apresentador: Candidato Lula tem dois minutos para resposta (com cara de bosta pensando: Pra que eu falo o tempo se esses filhos da Puta não obedecem)

Lula: No meu governo, nós investimos 8 vezes mais no café da manhã, almoço e janta dos povos de baixa renda , tudo isso pra que eles tenham 3 refeições diárias (é o minimo que se espera), e meu adversário diz que eu só dou o peixe não ensino a pescar (alguém ouviu isso), mas é mentira só quem passa fome sabe como é dificil não ter o que comer (realmente isto deve ser verdade e óbvio novamente) mas, eu não ligo pois sou um homem do povo e já passei fome por isso sei como o povo brasileiro se sente (a repetição de "povo" já está me irritando), e vou dar alguns dados importantes, no governo FHC 76 empresas estatais brasileiras foram vendidas (puts esqueceu das fronteiras) empresas que hoje como a Vale do Rio Doce é a 2ª maior mineradora do mundo, como pode, eu pergunto ao povo brasileiro será que eles terão o mesmo zelo que eu tive com as empresas estatais brasileiras (bem ele disse de novo empresas estatais brasileira e, pelo meu pouquissimo conhecimento, empresa estatal ou é do país do Estado, e cada presidente cuida da sua, então não há necessidade dele dizer empresa estatal brasileira, pq ele é presidente do Brasil logo as empresas que ele cuida são estatais e são brasileiras puts, to quase me confundindo), acho que pelo histórico dos 8 anos de governo tucano há claras evidências que eles podem vir a privatizar nossas empresas, pq VEJA BEM (puts começou o VEJA BEM) nós não temos mais dividas com o FMI, nós brasileiros (não nós argentinos) temos o orgulho de dizer que temos 76 milhões de doláres em reserva (uma verdadeira fortuna para um povo de 170 milhões, dá menos de 1 dolar por habitante) então não precisamos mais do FMI, isso é inédito na história do Brasil, um governo não ter dividas com o FMI é inédito minha gente, inédito.

Apresentador: Tempo Esgotado Candidato LULA, tempo esgotado

Lula: E isso é contra todos os principios da base elitista do país (falou bonito) por isso o meu opositor tem medo, pq fomos muito melhores que eles em sua gestão(Aplausos entusiasmados da platéia)

Apresentador: Por favor sem manisfestação dos partidários por favor (ele deve estar pensando: já não bastava esses dois filhos da puta que não me obedecem, agora tem esse ai que ficam gritando feito loucos, puta que pariu, ainda bem que eu ganho bem), agora 1 min. para a réplica candidato Alckmin.

Alckmin: Vc diz Lula que eu vou privatizar as nossas estatais, eu não privatizei em São Paulo a Nossa Caixa, Banestado (e as nossas fronteiras nada), e vc diz que eu vou privatizar as nossas estatais, que obviamente são brasileiras (eita olha o sarcasmo), vc comprou um avião pra viajar mais confortável, ter champagne e água fresca sempre, gastou 220 milhões com o AeroLula, eu vou vender o AeroLula e construir 5 hospitais (ele podia trabalhar no Zorra Total), tenho dados Lula que vc não sabe, mas, como vc nunca sabe de nada eu não o culpo (Ui essa foi no meio das pernas mesmo), vc parou de investir nos hospitais, há alguns dias atrás (e eu pensava que ele era inteligente, mas eu explico, se é há alguns dias, é lógico que é atrás) li uma reportagem em que tinha a seguinte manchete, hospitais públicos estão caindo aos pedaços, e tinha a foto e depoimento de uma grávida dizendo que só queria acabar o seu atendimento pré-natal, que alias só foram duas consultas que ela fez em 8 meses de gestação.

Apresentador: Tempo esgotado candidato Alckmin.

Alckmin: Eu criei em São Paulo a Casa da Mulher em que as grávidas tem atendimento durante os 9 meses de gestação (nem licença pediu).

Apresentador: Tempo esgotado, 1 min. para tréplica, candidato Lula (FILHOS DA PUTA, FILHOS DA PUTA, ME OBEDEÇAM)

Lula: Bem o meu opositor diz que vai vender o avião, bem só comprei ele (ficaria mais bonito se tal falasse, o comprei), pq o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (ele falou o nome do nosso ex-presidente na velocidade da Luz, será Lula um Cavaleiro do Zodiaco) tinha medo de andar no sucatão, que era o antigo avião presidencial, ele quase caiu várias vezes, teve até matéria no Jornal Nacional falando disso, eu duvido e aposto que ele venda o novo avião, e mesmo que venda vai fazer igual quando era governador do estado de São Paulo (ele quase falou São Paulo Futebol Clube...quase) vendeu todos os aviões e helicópteros, e gastou mais de 220 milhões com aluguéis, pra que isso, é o dinheiro de um avião novo.

Apresentador: Tempo esgotado candidato Lula (o apresentador percebeu que o Alckmin quer resposta, pq a careca dele está vermelha, no ponto o diretor deve ter falado: deixa o circo pega fogo dá direito de resposta), candidato Alckmin 30 segundos para resposta.

Alckmin: Eu convoco amanhã uma coletiva de imprensa com nossos dois candidato Lula, em que vou dar para cada um dos reporteres uma cópia de quanto gastei nas minhas viagens quando era governador, eu não sou como o senhor, que viveu viajando em sua gestão, eu vou vender o AeroLula (a careca dele tá vermelha vai explodir) e construir 5 hospitais, eu sou honesto com o dinheiro do povo brasileiro.
Lula: Candidato Alckmin vc fala da boca pra fora, tá desesperado pra se eleger e com os resultados das últimas pesquisas vc entrou em pânico (calma ai alguém deu direito de resposta pra alguém)

Alckmin: Eu tenho respeito com o dinheiro público candidato Lula

Apresentador: (com cara de que, eu não pude fazer nada, mas o ibope tá lá em cima) Bem concluimos este bloco, após os comerciais voltamos com as perguntas dos jornalistas para os candidatos.

Alias qual era a pergunta mesmo, fronteiras, segurança, junta tudo, pois é, segurança nas fronteiras, alguém respondeu sobre como resolver isto.Acho que não, e nosso país vai continuar recebendo drogas e armamento durante os próximos 4 anos, seja qual for o candidato eleito.

sábado, 21 de outubro de 2006

Ressaca


Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas.
As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem.
As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores.
A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo.
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais - golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconseqüentes, literalmente.
Não é que eu fosse um bêbado, mas me lembro de todos os sábados de minha adolescência como uma luta desigual entre a cuba-libre e o meu instinto de autopreservação. A cuba-libre ganhava sempre.
Já dos domingos me lembro de muito pouco, salvo a tontura e o desejo de morte.
Jurava que nunca mais ia beber, mas, antes dos trinta, "nunca mais" dura pouco.
Ou então o próximo sábado custava tanto a chegar que parecia mesmo uma eternidade.
Não sei o que a cuba-libre fez com meu organismo, mas até hoje quando vejo uma garrafa de rum os dedos do meu pé encolhem. Tentava-se de tudo para evitar a ressaca. Eu preferia um Alka-Seltzer e duas aspirinas antes de dormir. Mas no estado em que chegava nem sempre conseguia completar a operação.
Às vezes dissolvia as aspirinas num copo de água, engolia o Alka-Seltzer e ia borbulhando para a cama, quando encontrava a cama. Mas os métodos variavam.
Por exemplo: Um cálice de azeite antes de começar a beber -- O estômago se revoltava, você ficava doente e desistia de beber.
Tomar um copo de água entre cada copo de bebida -- O difícil era manter a regularidade. A certa altura, você começava a misturar a água com a bebida, e em proporções cada vez menores. Depois, passava a pedir um copo de outra bebida entre cada copo de bebida.
Suco de tomate, limão, molho inglês, sal e pimenta -- Para ser tomado no dia seguinte, de jejum. Adicionando vodca ficava um bloody-mary, mas isto era para mais tarde um pouco.
Sumo de uma batata, sementes de girassol e folhas de gelatina verde dissolvidas em querosene -- Misturava-se tudo num prato pirex forrado com velhos cartões do sabonete Eucalol. Embebia-se um algodão na testa e deitava-se com os pés da ilha de Páscoa. Ficava-se imóvel durante três dias, no fim dos quais o tempo já teria curado a ressaca de qualquer maneira.
Uma cerveja bem gelada na hora de acordar -- Por alguma razão o método mais popular.
Canja -- Acreditava-se que uma boa canja de galinha de madrugada resolveria qualquer problema. Era preciso especificar que a canja era para tomar, no entanto. Muitos mergulhavam o rosto no prato e tinham de ser socorridos às pressas antes do afogamento.
Minha experiência maior era com a cuba-libre, mas conheço outros tipos de ressaca, pelo menos de ouvir falar. Você sabia que o uísque escocês que tomara na noite anterior era paraguaio quando acordava se sentindo como uma harpa guarani. Quando a bebedeira com uísque falsificado era muito grande, você acordava se sentindo como uma harpa guarani e no deposito de instrumentos da boate Catito's em Assunção.
A pior ressaca era de gim. Na manhã seguinte, você não conseguia abrir os dois olhos ao mesmo tempo. Abria um e quando abria o outro, o primeiro se fechava. Ficava com o ouvido tão aguçado que ouvia até os sinos da catedral de São Pedro, em Roma. Ressaca de martini doce: você ia se levantar da cama e escorria para o chão como óleo. Pior é que você chamava a sua mãe, ela entrava correndo no quarto, escorregava em você e deslocava a bacia.
Ressaca de vinho. Pior era a sede. Você se arrastava até a cozinha, tentava alcançar a garrafa de água e puxava todo o conteúdo da geladeira em cima de você. Era descoberto na manhã seguinte imobilizado por hortigranjeiros e laticínios e mastigando um chuchu para alcançar a umidade. Era deserdado na hora.
Ressaca de cachaça. Você acordava sem saber como, de pé num canto do quarto. Levava meia hora para chegar até a cama porque se esquecera como se caminhava: era pé ante pé ou mão ante mão?
Quando conseguia se deitar, tinha a sensação que deixara as duas orelhas e uma clavícula no canto.
Olhava para cima e via que aquela mancha com uma forma vagamente humana no teto finalmente se definira.
Era o Peter Pan e estava piscando para você. Ressaca de licor de ovos. Um dos poucos casos em que a lei brasileira permite a eutanásia. Ressaca de conhaque. Você acordava lúcido. Tinha, de repente, resposta para todos os enigmas do universo. A chave de tudo estava no seu cérebro. Devia ser por isso que aqueles homenzinhos estavam tentando arrombar a sua caixa craniana. Você sabia que era alucinação, mas por via das dúvidas, quando ouvia falar em dinamite, saltava da cama ligeiro.
Hoje não existe mais isto. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem-dispostas e fazem até piadas a respeito. De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo.
Estivemos no inferno e voltamos, inteiros.

Um brinde.

E um Engov.

créditos: Luís Fernando Veríssimo

sábado, 14 de outubro de 2006

O outro lado dos fatos ocultos

Mino Carta é, além de petista de carteirinha e lulista de carteirão, o redator-chefe e dono da Carta Capital. Quem manda na revista é ele.
A maior renda de uma revista provém da venda de contratos publicitários. Quem manda na mídia é quem paga esses contratos.
A maior arrecadação de publicidade da "CARTA" vem de estatais como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. As duas são comandadas pelo governo. Quem manda no governo é o PT.
A revista é paga pelo PT. Mino Carta é pago pelo PT. Seria interessante para o caixa da revista um atrito com o governo? A consciência dorme no bolso.

A TRAMA QUE LEVOU AO SEGUNDO TURNO



OS FATOS OCULTOS

A mídia, em especial a Globo, omitiu informações cruciais na divulgação do dossiê e contribuiu para levar a disputa ao 2º turno

Por Raimundo Rodrigues Pereira

1.Pode-se começar a contar a história do famoso dossiê que os petistas teriam tentado comprar para incriminar os candidatos do PSDB José Serra e Geraldo Alckmin pela sexta-feira 15 de setembro, diante do prédio da Polícia Federal, em São Paulo. É uma construção pesada, com cerca de dez pavimentos, de cor cinza-escuro e como que decorada com uma espécie de coluna falsa, um revestimento de ladrilho azul brilhante, que vai do pé ao alto do edifício, à direita da grande porta de entrada. Dentro do prédio estão presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos, ligados ao Partido dos Trabalhadores e com os quais foi encontrado cerca de 1,7 milhão de reais, em notas de real e dólar, para comprar o tal dossiê. Mas essa notícia é ainda praticamente desconhecida do grande público.

É por volta das 5 da tarde. A essa altura, mais ou menos à frente do prédio, que fica na rua Hugo Dantola, perto da Ponte do Piqueri, na Marginal do rio Tietê, na altura da Lapa de Baixo, estaciona uma perua da Rede Globo. Ela pára entre duas outras equipes de tevê: uma da propaganda eleitoral de Geraldo Alckmin e outra da de José Serra.

Com o tempo vão chegando jornalistas de outras empresas: da CBN, da Folha, da TV Bandeirantes. E a presença das equipes de Serra e Alckmin provoca comentários. Que a Rede Globo fosse a primeira a chegar, tudo bem: ela tem uma enorme estrutura com esse objetivo. Mas como o pessoal do marketing político chegou antes? Cada uma das duas equipes tem meia dúzia de pessoas. A de Serra é chefiada por um homem e a de Alckmin, por uma mulher. As duas pertencem à GW, produtora de marketing político. Seus donos foram jornalistas: o G é de Luiz Gonzales, ex-TV Globo, e o W vem de Woile Guimarães, secretário de redação da famosa revista Realidade, do fim dos anos 1960. Entre os jornalistas, logo se sabe que foi Gonzales quem ligou para a Globo, avisando do que se passava na PF.

E quem avisou Gonzales? Foi alguém da Polícia Federal? Foi alguém do Ministério Público, de Cuiabá, de onde veio o pedido para a ação da PF? Uma fonte no Ministério da Justiça disse a CartaCapital que as equipes da GW chegaram à PF antes dos presos, que foram detidos no Hotel Ibis Congonhas por volta da 6 da manhã do dia 15 e demoraram a chegar à sede da polícia. Gente da equipe da GW diz que a empresa soube da história através de Cláudio Humberto, o ex-secretário de imprensa do ex-presidente Collor, que tem uma coluna de fofocas e escândalos na internet e que teria sido o primeiro a anunciar a prisão dos petistas.

Pode ser que sim, o que apenas leva à pergunta mais para a frente: quem avisou Cláudio Humberto? Mesmo sem ter a resposta, continuemos a pesquisar nessa mesma direção: a de procurar saber a quem interessava a divulgação da história do dossiê e como essa divulgação foi feita. Para isso, voltemos à região do prédio da PF duas semanas depois.

Preocupação.
“Tem de sair no Jornal Nacional”, exigiu o delegado Bruno ao entregar as fotos do dinheiro


*Confira a íntegra da reportagem na edição impressa

Amanhã, talvez.

...
-Quando você vai?
-Amanhã.
-Amanhã é que não vai.
-Por que?
-Porque nunca se faz nada amanhã.
-E se eu quiser ir amanhã?
-Não vai, só isso.
-Se eu quiser ir amanhã eu vou!
-Eu te digo que não vai.
-Você vai me impedir?
-Não, a lógica vai.
-Como assim?
-Vou te explicar...
-Você pode me fazer esse favor? (ar irônico)
-É simples! Ninguém pode fazer nada amanhã.
-Isso você já disse, agora volte para a explicação.
-É tão óbvio que você vai ficar com raiva.
-Eu já estou com raiva, você vai dizer ou...
-Ok, ok... estressado.
-(suspiro)
-A gente sempre diz que vai fazer algo amanhã, mas sempre acaba fazendo hoje.
-Mas eu não vou fazer hoje, vou fazer amanhã.
-É isso que estou dizendo, vai acabar por fazer hoje.
-Você é maluco.
-Que dia é hoje?
-O que isso tem a ver?
-Não quer que eu te explique? Faz parte da explicação.
-Dia quatorze.
-Amanhã é dia quinze certo?
-Não, trinta! Ah, por favor!
-Certo?
-Certo.
-Errado!
-Como errado?
-Exemplo: Você vai dormir hoje a noite, quando acordar é que será dia quinze, não é?
-É óbvio.
-Mas no momento que acordar não será hoje novamente pra você?
-Amanhã você diz?
-Não, dia quinze. Quando acordar no dia quinze, ele não será hoje pra você?
-Todo dia que acordo é hoje para mim.
-Isso mesmo! Então dia quinze não é amanhã, é hoje. Certo?
-Que confusão!
-Tudo bem, vou te dar um exemplo mais simples, ok?
-Nossa, acho que estou precisando.
-"Amanhã vou comprar um carro".
-Vai?
-Não. É um exemplo.
-Ah.
-Então, quando eu digo que amanhã vou comprar um carro, isso é ilusório.
-Por que?
-Pelo mesmo motivo que disse acima. Mesmo que eu não vá neste hoje, eu vou hoje do mesmo jeito.
-Isso é que era o seu exemplo "mais simples"?
-Você vai entender, me deixe terminar.
-Ok.
-Mesmo que eu não vá neste dia, mesmo que eu vá em outro dia, esse dia com certeza não será amanhã.
-Mas você disse que ia amanhã!
-Mas também disse que isso era ilusório.
-É, isso foi.
-Isto é simples pelo fato de que qualquer dia que eu consiga fazer alguma coisa efetivamente, esse dia será hoje. Eu nunca vou poder fazer nada no amanhã.
-Meu, pode parar.
-Ta bom, vou falar de uma coisa que você entende.
-Duvido!
-Bar.
-Opa! Agora sim.
-Você já deve ter lido em um buteco qualquer aquela plaquinha básica escrito: "Fiado, só amanhã".
-Ha!ha!. Todo mundo já viu. Mas, o que que tem ela? (ar desconfiado)
-Por que o dono do bar põe ela lá?
-É um modo dele dizer que não vende fiado, não é? (ar desconfiado, quase com medo)
-É. Mas porquê ele tem tanta certeza de que colocando aquela plaquinha lá ele não corre o risco de alguém voltar amanhã e lhe pedir fiado?
-Bem, porque quando a pessoa voltar lá amanhã estará escrito a mesma coisa e terá que voltar amanhã de novo, e assim consecutivamente, não é? (agora sim, com ar de medo)
-Mas você disse: "quando a pessoa voltar lá amanhã". Se a pessoa voltasse e fosse amanhã, ela não teria o direito de pedir fiado?
-Acho que sim. (passa a mão na cabeça)
-Então porque quando ela volta, não se sente no direito de pedir fiado de novo?
-Porque está escrito a mesma coisa?
-Também.
-Ah, não sei. Você está me assustando e eu estou ficando neurótico.É melhor você parar.
-Simples. É porque quando ela volta, não é amanhã, é hoje de novo.
-Eu acho que vou vomitar.
-Vou direto ao assunto.
-Tem um ponto direto nesse assunto?? Por que não disse logo?
-Queria preparar o terreno.
-Se "preparar o terreno" for derreter o meu cérebro, você ja conseguiu.
-Bem, vamos lá. Está preparado?
-Eu vou te matar.
-Calma. Você anda muito estressado, senta aí.
-Me dá aí esse cigarro!
-Mas você não tinha parado?
-Fala!
-Ok. O amanhã não existe! É pura convenção.
-Garçom! Um uísque... duplo hein!
-Você também voltou a beber?
-Sem gelo!
-Ficaria tudo mais claro se chamássemos o amanhã de "o hoje que ainda virá".Você não acha?
-Me dá outro cigarro.
-Você está me ouvindo?
-Amanhã eu falo com você.

Elizeu Vital da Silva

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Fazendo conta ou "Ai, qui Préguiça"

Lula foi o candidato mais votado no 1º turno com 46% dos votos válidos (47 milhões). Alckmin, o segundo, teve 41.64% (40 milhões). Essa diferença é a que o tucano vai ter que tirar em menos de duas semanas. Os votos na mira de sua campanha estão os dos eleitores de Cristovam e Heloísa Helena, brancos e nulos, além do percentual de abstenção. E aí entra o fator "baianice". Na Bahia, Lula teve uma das votações mais expressivas, terminando com 66,5% dos votos válidos. Porém, essa vantagem seria ainda maior se a mesma Bahia não tivesse um dos maiores índices de abstenção do 1º turno: 20,68% ou quase 2 milhões de eleitores que não foram às urnas, mas provavelmente, em sua maioria, votariam em Lula, acompanhando a percentagem final.
Moral da história: se os baianos resolverem levantar-se da rede e ir votar no segundo turno, Lula continua no poder por mais 4 anos.
Em tempo:
Pesquisa IBOPE de hoje aponta Lula com 52% das intenções de voto, Alckmin tem 40%.
Contudo, nenhuma pesquisa apontava que a eleição iria para o segundo turno. E mais, de acordo com os mesmos institutos, o natal desse ano deve cair entre os dias 20 e 30 de dezembro.
(Deixo claro que sou totalmente imparcial no que escrevo e que não expresso aqui a minha preferência a nenhum dos dois candidatos, desde que não seja Lula.)

Frase do Dia - O Roto e o Esfarrapado


"Com a experiência que tem de Presidente da República, Collor vai, certamente, se quiser, fazer um trabalho excepcional no Senado. "
Lula, ao comentar a eleição do ex-presidente Collor, com a vasta e nefasta experiência que possui nos dois lados do poder.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Garotas Perdidas


Providenciando para que os quadrinhos não fiquem no ostracismo neste blog, dou o pontapé inicial unindo o útil ao agradável. Pra começar com o pé esquerdo (porque eu sou canhoto e não gosto de certas convenções) vamos para o útil falando um pouco de Alan Moore, autor de obras fascinantes como a Liga Extraordinária e V de Vingança, ambas adaptadas terrivelmente para os cinemas – não por culpa dele óbvio. Este homem é um marco das histórias em quadrinhos, ele revolucionou o universo dos rapazes dados ao entranho costume de usar cuecas em cima das calças com a surpreendente série Watchmen. Que relata a história de um super-herói no mundo real, sofrendo com todos os problemas mundanos e truístas que são deixados nas entrelinhas (ou quadros) dos gibis pelos demais combatentes do crime. Quanto ao agradável, sua mais recente criação chegou há pouco tempo à Inglaterra, e trata de um assunto ainda não explorado por ele, a Pornografia. E quem o ajuda a contar sua primeira fábula lasciva é ninguém menos que as agora crescidas Wendy, de Peter Pan, Dorothy, do Mágico de Oz e Alice, de Alice no País das Maravilhas. Lost Girls descreve como elas se conheceram e, detalhadamente, narra as experiências sexuais que viveram a partir daí. Para os mais puritanos não vou sequer me dar ao trabalho de uma suposta justificativa, para os que ficaram até agora, eu conto mais. Este trabalho não tem o vão intuito de distorcer os baluartes do universo infantil, pelo contrário, Moore e a desenhista Gebbie querem dissociar a pornografia das suas bases mais horríveis, trazendo o assunto para um lado mais humano. A obra levou 16 anos para ser concluída, foi lançada pela Top Shelf numa caixa contendo três volumes e já teve as tiragens esgotadas.

Quando a Pedofilia virar Maieusiofilia





Não importa se a causa é o hambúrguer do McDonalds, o efeito estufa ou a novela da Globo que mostra muita putaria em horário impróprio. O fato das nossas jovens meninas ficarem sexualizadas cada vez mais cedo já é amplamente conhecido e debatido.

Na época da minha avó (e é um relato dela, não estou inventando), as garotas casavam, tinham filhos e só iam descobrir o que era sexo lá pros 25 anos. Hoje em dia, se a menina não pagou pelo menos um boquete até os 15 ela já é motivo de gozação no grupinho de amigas. Um absurdo. Daqui a pouco a maior causa para elas usarem aparelhos ortodônticos não vai ser o uso tardio da chupeta, mas o precoce.

E nesse cenário calamitoso, não são apenas a Estrela e a Mattel que perdem, vendo suas consumidoras desaparecerem cada vez mais cedo. Penso nas conseqüências deste fenômeno em uma outra classe muito presente entre nós: os pedófilos.

Alguém já parou para pensar o quanto a vida de um pedófilo deve estar ficando difícil? Há 20 anos atrás, qualquer menina de 16 anos dava conta do recado. Ingênua, com peitinhos pequenos, um púbis lisinho e uma vulva no tom rosa-pálido, semelhante a carne de vitelo.
E hoje? Para achar alguma vítima que satisfaça as suas perversões, o pedófilo precisa garimpar muito mais fundo. Só se encontra um exemplar nessas condições, físicas e psicológicas, com no máximo 11 anos.

A situação está tão complicada que já há meninas de 12 anos mentindo a idade nos chats de pedofilia do UOL. Dizem ter 10, ou até 9 anos, para conseguirem arrumar algum interessado. Mais do que isso os caras já desprezam, chamam de coroa e o cacete. Imaginem a decepção do pedófilo: depois de ter todo o trabalho e correr o risco de marcar um encontro com uma menina dessas, chegar lá e ver que a vítima em potencial já está usando seu primeiro sutiã.

Não deve demorar muito para meninas de 2 ou 3 anos começarem a exigir dos seus pais batons e mini-fraudas de vinil, tudo empurrado pela grife de alguma apresentadora famosa. A Xuxa, que sexualizou precocemente as meninas da minha época, já está atacando esta nova faixa etária, lançando DVDs “educativos” para crianças que ainda nem aprenderam a falar.

Se fizermos um simples exercício e especularmos onde este processo vai parar, chegaremos a uma conclusão aterradora: a pedofilia pode chegar ao nível fetal! Pedófilos, sem ter mais para onde correr, começarão a perseguir mulheres grávidas. E, em um mundo doentio destes, onde duas perversões sexuais distintas se tornariam praticamente a mesma, vai ficar difícil acordar todos os dias e escrever textos de humor. Deus nos livre!

www.cocadaboa.com

10 Anos sem Renato


"Tenho os sentidos já dormentes: o corpo quer, a alma entende"
Essa semana completamos 10 anos sem a última estrela do rock nacional. Renato Russo deixou esse mundo, do qual dizia em suas letras ter quase certeza que não fazia parte, para entrar na vida de uma legião de saudosos fãs. Pensei em escrever sobre ele ou até mesmo sobre a falta que ele faz à nossa cultura, porém, cheguei a conclusão que nenhuma homenagem seria tão contundente quanto a própria citação de uma de suas letras. Com vocês, Renato e a Legião Urbana em uma das várias músicas que ainda soam aos nossos ouvidos com uma atualidade arrebatadora. Celebremos!

Perfeição, Renato Russo
Vamos celebrar a estupidez humana,
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão.Vamos celebrar nosso governo
E nosso Estado que não é nação
Celebrar a juventude sem escolas s crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e ThanatosPersephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza.Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas, o mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça, a ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos, o voto dos analfabetos
Comemorar a água podre e todos os impostos, queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas, o trabalho escravo, nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação, todo roubo e toda a indiferença
Vamos celebrar epidemias:É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome, não ter a quem ouvir, não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade. Vamos machucar um coração
Vamos celebrar nossa bandeira, nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio. Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional. A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja, a intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência e esquecer da nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira e agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação. Vamos celebrar o horror de tudo isso com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora. Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção
Venha, meu coração esta com pressa
Quando a esperança está dispersa, só a verdade me liberta. Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta e vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:Venha que o que vem é perfeição...

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Load Your Guns and Action!

Preparem-se, o maior soldado de todos os tempos está de volta, deixem seus colhões a postos, pois é hora de muita munição e pouca conversa. Em Bangkok, após receber um pedido de ajuda a fim de salvar um missionário dos direitos humanos desaparecido, John Rambo retorna em sua quarta aventura depois de 18 anos, e logo descobrirá que este homem não foi o único a sumir misteriosamente. Parece que Mianmar, no sudoeste da Ásia, tem muito mais a revelar. Rambo IV: In The Serpent's Eye deve começar a ser filmado em janeiro, nenhum diretor que não Art Monterastelli terá mais direito de dizer "AÇÃO!" nesse ano que vem.

A vida perfeita (se é que ela existe)



"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo demais pra poder aproveitar a aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas,vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho no colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando...e termina tudo com um ótimo orgasmo. Não seria perfeito?"

Charlie Chaplin


"A vida é injusta, eu sei. Mas porque ela nunca pode ser injusta ao meu favor?"

Bill Watterson in Calvin & Hobbes

domingo, 8 de outubro de 2006

As cores do amor

-Deite-se. Quero lhe contar uma história.

-Hum... que gostoso... História de Amor?

-Não... Amor não... De ódio mesmo.

-Mas não são a mesma coisa? – cobrindo-se com um lençol vagabundo.

-Depende da perspectiva e das intenções; Você sempre conjuga o Amar ao Odiar?

-risos - Não não... Estava só te testando...

-Ótimo. – acende um carlton red-Tudo começa há um ano e meio, mais ou menos... Eu era um cara, aparentemente, feliz: um bom emprego, um bom carro, um bom apartamento, um bom cachorro que abanava o rabinho quando chegava em casa, umas plantinhas verdinhas também boas, que cresciam conforme eu regava, enfim, tinha uma vida boa.

-Ai Alberto... Seu cinismo às vezes me assusta...

-Eu parecia aqueles caras que já acordam penteados, põe seu roupão e iniciam o roteiro de um comercial de margarina. Todos os dias, sob aquele solzinho matinal irritante– completa o copo de uísque - Chegou um dia que simplesmente me cansei de tudo... Da minha vida, da mulher, do meu carro, até mesmo daquelas plantinhas que ficavam enchendo o saco, crescendo sem parar...

-Ah... Eu adoro plantinhas! – leviana - Mas e o cachorro Alberto? Dele você não se cansou?

-Não... O Birita é inquestionável... Continuando, chegou um dia que eu falei p mim mesmo: “Chega”. Não quero mais ser um cara do tipo “margarina”. Quero ser um cara mais “campari”... Entende?

-Não – risos

- dá mais um gole no copo - Queria chegar numa festa cheia de gente “cool”, com aquelas musiquinhas “cool”, e que quando passa o garçom, você levanta o dedinho assim e... BAM! – dá um tapa na bunda de Brenda – Aparece, do nada, um drinquezinho cool!! Sabe do que eu to falando??Queria pintar todo mundo de vermelho... Queria ser um cara mais vermelho. Sabe?

-Há há há... Não! Não mesmo! Nunca ouvi nada tão absurdo...

-Ahhh... –risos irônicos – Francamente... Você, com certeza, já deve ter ouvido absurdos maiores...

-Por que você fala assim de mim?

-Porque você não passa de uma puta.

Brenda olha o relógio: faltavam ainda 15 minutos. Dá uma forte tragada no cigarro e despeja todo o seu nojo sobre aquele amontoado de frustração que vestia um terno cinza-chão. – Pelo menos, de mim nunca ninguém se queixou ta?

-HÁ HÁ HÁ... Duvido...

-Não mesmo. Nunca ninguém me pediu o dinheiro de volta.

Alberto era um homem bonito. Com seus 28 anos poderia facilmente arrumar uma nova mulher para acompanhá-lo nas inúmeras festinhas de falsidade com o pessoal da empresa. Porém, há um ano e meio, mais ou menos, ele vinha se consumindo a cada dia. Estava cada vez pior, mais feio, mais irritado, “mais cinza-chão”.

-Também querida, seus 50 reais não fazem falta a ninguém que eu conheça. Encare como uma esmola...

- Olha pra mim seu filho da puta! – põe-se de pé na cama de casal em forma de coração, completamente nua – Olha bem pra mim e me diz que você não me quer. Que não me acha gostosa. Que não goza toda vez que trepamos nessa bosta de motel. – com a mão direita em riste, arma um tapa na cara de Alberto, que a segura grosseiramente.

- Encosta esse dedo em mim que te arrebento no meio, sua vagabunda.

Brenda despe-se mais uma vez e cai em prantos. O que deixa seu corpo não é mais o Dior de 2 mil dólares que ganhou de Alberto para acompanha-lo em um jantar com seus sócios, mas sim, o que a deixava agora, era toda sua alma, seus quase um ano e meio de dedicação àquele homem cinza-chão.

-Levanta essa cara... Eu tenho que ir embora.

-Brenda ergue seu rosto marcado pela maquiagem borrada e cospe pra fora tudo que batia em seu peito: -Eu te amo seu filho da puta! – choro desesperado - Eu te amo mais que tudo desse mundo! – choro constante – Eu te amo!

-Levanta. – joga duas notas de 50 na cama.

-Por que você faz isso comigo – aos prantos – Por quê?

-A gente não tem relação nenhuma... Você sabe disso.

-gritos – Por que você não arruma então uma estagiária gostosinha pra namorar!! Por que você ainda me procura toda semana? Você depende de dinheiro pra ter sexo... é isso?? Seu covarde inseguro. Canalha.

-Não – lança seu pior olhar – Eu não te pago para transar, não preciso disso. Eu te pago para que você vá embora depois da transa.

Ele pega o celular e liga pro taxista que buscava Brenda todas as sextas, há um ano e meio, mais ou menos. Antes de sair do quarto, volta-se a ela:
-Pega seu dinheiro. Sexta que vem eu quero você linda.

Brenda guarda os 100 reais na bolsa. Vira o que sobrou da garrafa de Johnnie Walker e enxuga as lágrimas pretas de tinta com o lençol. Ainda nua, cospe no espelho a imagem que a refletia. Recompõe-se. Veste seu vestido vermelho e liga para Bruno, um executivo aposentado que se apaixonou perdidamente por ela durante um programa, há um ano e meio, mais ou menos.

sábado, 7 de outubro de 2006

Amor

Amor

Ela: Você me ama mais do que tudo?
Ele: Amo.
Ela: Paixão, paixão?
Ele: Paixão, paixão mesmo.
Ela: Mais do que tudo no mundo todo?
Ele: No mundo todo e fora dele.
Ela: Não acredito.
Ele: Faz um teste.
Ela: Eu ou fios de ovos.
Ele: Você, fácil.
Ela: Daqueles com calda grossa, que a gente chupa o fio e a calda escorre pelo queixo.
Ele: Prefiro você.
Ela: Futebol.
Ele: Não tem comparação.
Ela: Você esta caminhando, vem uma bola quicando, a garotada grita "Devolve tio!" e você domina, faz dezessete embaixadas e chuta com perfeição.
Ele: Prefiro você.
Ela: Internacional e Milan em Tóquio pelo campeonato do mundo, passagem e entrada de graça.
Ele: Você vai junto?
Ela: Não.
Ele: Pela televisão se vê melhor.
Ela: Faz muito calor. Aí chove, aí abre o sol, aí vem uma brisa fresca com aquele cheiro de terra molhada, aí toca uma musica no rádio e é uma nova do Paulinho. É Sexta-feira e a televisão anunciou um Hitchcock sem dublagem para aquela noite... e o Itamar está dando certo.
Ele: Você.
Ela: Voltar a infância só pra poder pisar na lama com o pé descalço e sentir a lama fazer squish entre os dedos.
Ele: Você, longe.
Ela: A Sharon Stone telefona e diz que é ela ou eu.
Ele: Que dúvida. Você.
Ela: Cheiro de livro novo. Solo de sax alto. Criança distraída. Canetinha japonesa. Bateria de escola de samba. Lençol recém-lavado. Hora no dentista cancelada. Filme com escadaria curva. Letra do Aldir Blanc. Pastel de rodoviária.
Ele: Você, você, você, você, você, você, você, você, você e você, respectivamente.
Ela: A Sharon Stone telefona novamente e diz que se você se livrar de mim ela já vem sem calcinha.
Ele: Desligo o telefone.
Ela: Fama e fortuna. A explicação do universo e do mercado de commodities, com exclusividade. A vida eterna e um cartão de credito que nunca expira.
Ele: Prefiro você.
Ela: Uma cerveja geladinha. A garrafa chega estalando. No copo, fica com um quarto de espuma firme. O resto é ela, só ela, dizendo "Vem".
Ele: Hummm...
Ela: Como, hummm? Ela ou eu?
.... Silêncio de 5 segundos ...
Ele: Qual é a marca?
Ela: Seu cretino!
Luis Fernando Veríssmo

ENQUETE: eis que eu pergunto a opinião masculina deste blog( e da feminina tbm...mesmo nao sendo mto grande)... e vcs?? preferiram a cerveja tbm????
bjo a todossssssssssssssss

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Orgulho de ser polêmico

As gargalhadas do Diabo.



Se for verdade que o diabo trabalha dia e noite pelo insucesso da humanidade, certamente ele deve ter se fartado de gargalhadas com o infeliz depoimento do Clodovil Hernandez, o costureiro e apresentador de televisão que teve a terceira maior votação para deputado federal por São Paulo (meio milhão de votos). Ele disse que só sabe como vai assumir o cargo.
- Evidentemente vou chegar chiquérrimo em Brasília - disse.
- Mas não sei o que apresentar. Não sei nem se tem política neste país - afirmou.

Numa sociedade em que o homossexualismo é tabu, não deixa de ser um prato cheio para alimentar a ignorância do preconceito contra os gays.

Outra grande estupidez do costureiro deputado foi disparar contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não sou incauto com o presidente que chegou ignorante ao poder e misturou álcool nisso tudo”. É mole ou quer mais? Só mais uma que ninguém agüenta tanto: Durante sua campanha se caracterizou por frases como "Não sou passivo" e "Sabe por que é 11? Porque 24 já era, agora é um atrás do outro", dizia ele, se referindo o seu número de campanha.

Bem, parece que paulistas gostam de excrescências na política, já que Maluf foi agraciado com 739.827 votos (a maior votação do país para o cargo de Deputado). Vixe, o Alckmin ganhou por lá.

Piadinha babaca sobre o vídeo da Cicarelli transando

Se o cara que inventou a Skol tivesse inventado o paparazzo da Cicarelli, SERIA ASSIM:


quinta-feira, 5 de outubro de 2006

360 graus



Olhe para este mundo aí fora... o que você vê nele??
Cuidado, é uma arma!!! Aquele cara matou o outro por causa de um relógio de pulso!
Veja aquela criança!!! Está caída na terra! Veja!!!
Tem um abutre do seu lado esperando ela morrer de fome!!!
Veja aquele traficante sentado em uma cela que mais parece um quarto de hotel.
Ele está vendo pela tevê um coitado que foi preso por roubar uma galinha.
Seu filho estava com fome.
Ele está numa cela que cabe quatro presos, mas tem mais dezenove com ele!!!
Veja aquela mulher!!! Ela está tomando um medicamento de tarja preta!
Ué?! mas ela não está grávida?! Ah... ela só está matando um inocente que ainda nem nasceu... nem vai nascer!
Abaixe-se!!! Nossa, essa passou perto! Era uma bala perdida.
Ufa!! ainda bem que não me acertou, mas... espere!!!
Por que aquele garotinho com uniforme de colégio está todo ensangüentado???
Coitado desse bebê!!! está todo roxo!!!
Ah... não é nada de mais! É que sua mãe transou sem camisinha na gravidez!!!
Olhe um menino dormindo na rua! Dizem que jornal esquenta... Mas porque ele treme tanto?!
ASSASSINATOS... FOME... INJUSTIÇAS... ABORTOS... BALAS PERDIDAS... AIDS... IMPIEDADE!!!
Só isso que há nesse mundo?!

Veja! eles sorriem... mas queriam mesmo é chorar.
Eles suspiram, mas é de culpa... não têm esperanças!

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Jazz, limão e muito gelo

(...)

-Se você demorar muito eu não consigo me manter acordada e produtiva. (ar provocativo)

-Estou focado.

-Então comece.

-Você segue essa teoria para tudo o q faz?

-Sim. Para quê fugir a um paradigma q eu mesma, habilmente, criei?

-Talvez você estivesse se enganando. Você já se enganou?

-A todo momento eu me engano. Enganei-me quando reconhecia a liberdade nas inúmeras vezes que saía pra tomar um porre. Já me enganei com as vontades, com os deveres. Mas com a brincadeira, ah, brincando a gente nunca se engana.

-Contente-se com uma dose. Não precisa beber a vida toda numa tragada.

(música: georgia on my mind - ray charles)

-Você tem fogo?

-Pega a bituca. Perdi o isqueiro.

-É como esse cigarro que descobre a intimidade do meu lábio, depois se acaba. A vida tem disso, não é mesmo? O vai e vêm dos extremos. Eu gosto de fumar um cigarro, sentada aqui, com vento no rosto e um céu nublado. A vida também é nublada.

-Fumar é uma maneira de suspirar. Mas não é de amor, nem de cortejo. É um suspiro seco, de lamentação. Pena q a realidade nem sempre seja tragável.

-A realidade é o eterno desejo frustrado de um jovem em fazer um belo e inédito solo de guitarra. O amor, esse é uma peste.

-A peste é a juventude, q faz a gente sonhar. Feliz é aquele q não perde tempo sonhando, que casa com a filha da empregada e sente-se feliz. Não porque ele realmente o seja, mas sim, porque não sonha, apenas vive.

-Vou te contar uma história. Ah, melhor não. A timidez não me deixa.

-Conta Natália. Todos já devem saber mesmo.

-Conte uma você primeiro.

-Eu insisto, Natália. Conte você. Você me falava de amor. Que amor é esse que tanto te consome?

-A história é a seguinte: quando se respeita demais uma teoria, e essa teoria diz respeito justamente ao suposto amor perfeito, todo e qualquer controle se perde, é como se déssemos um salto em direção ao abismo, achando q ele se transformará no infinito, mas não, ele é um abismo e, de lá de baixo, quando você vê tudo o que terá de escalar... Ah, você percebe que qualquer teoria é um engano.

-O erro do abismo é q ele tem fim. Assim como as teorias, que nos levam à vertigem de um porre, nos torna imbatíveis. Até q vem a ressaca e põe à mostra todos os nossos defeitos. Bota no espelho a imagem da pessoa q você poderia ser, mas não é.
Você me perguntava o que me deixa triste. Os espelhos me deixam triste. E quando vejo você, é isso q vejo: um espelho.

-Passa o cinzeiro...

-O ziguezague da sua revelação me desperta uma curiosidade aguda: como se dilui o espelho e quais as letras que esse líquido todo vai formar?

-Toma

-São somente duas: eu. O líquido é vasto, mas se dilui facilmente. Os excessos escorrem por mim e formam, no chão, uma poça cinza q invade o lavabo. Olho pra poça e me vejo novamente, agora não sou mais a forma clássica, perfeita, mas sim, um rosto retorcido, trôpego, que quer virar imagem, mas não consegue.

-Já ouvi uma lenda de que o espelho, às vezes, deixa as vontades à mostra.

-Talvez. O de Narciso o matou. O meu me sufoca, mas não mata.

-Eu não queria um espelho por perto nesse momento. E se não mata. Que seja...

-Só cabe a Nietzsche o consolo. Não a mim.

-Odeio esse sujeito. Odeio com toda a força de todas as minhas verdades.

-Ele adoraria ouvir isso

-Também odeio você.

-Eu adoro ouvir isso.

-Mas Nietzsche falha numa questão fundamental: ele prega a máxima do carpe diem, da liberdade, da evolução, e se mantém por toda a sua obra amarrado aos instintos mais precários, aos valores menos úteis e relevantes, enfim... Ele se perdeu em uma vida que nunca alcançou.

-A utopia é procurar, em uma sala escura, um gato preto que não está lá.

-Lembra-se da tarde que passamos juntos no verão passado? Não sei se eu procurava por alguma coisa, mas encontrei várias.

-Você estava linda. Parecia feliz.

-A felicidade é um cinismo bem compreendido. Sim, eu estava muito feliz. Talvez seja isso que eu deveria ter procurado melhor.

-Ou talvez devesse parar de procurar. A procura interminável anula qualquer resultado satisfatório. Deixa sempre um ar de frustração. De um copo que enche d´água, mas não transborda.

-Será q tensão pode fazer transbordar o futuro em paixão?

-Nem sempre. Às vezes a água é esquentada, mas não ferve. A planta é regada, mas não dá fruto.

-Às vezes o fruto é azedo. Eu não me apaixono por frutos doces demais.

-É típico de você isso. O fruto que está ao seu alcance não te atrai. O caminho obscuro te conquista. Eu não entendo isso em você. Nunca entendi.

-Ai, droga. Me queimei com o cigarro, ai, minha perna.

-Toma... Põe a toalha sobre a queimadura. Que horas são? Eles já deviam estar aqui.

-Ah, você ainda não se acostumou com o atraso do Felipe e da Camila? Eles devem ter parado em algum drive - in... Vou buscar mais caipirinha.

-Odeio quando você fala assim da nossa filha.


- Natália demora a voltar -

- Leonardo acende um cigarro -

- ela volta cantarolando uma frase de jazz -


-Leonardo, esse último cigarro é meu! (rindo) eu parei de fumar a mais tempo... Tenho direito (rindo mais, ele também dá uma risadinha) - Os vícios são a nossa melhor verdade, você não acha?

-Ainda temos algo em comum. O que você acha que eles têm para nos dizer de tão importante?

-A Camila deve ter conseguido aquele emprego no Rio de Janeiro e o Felipe deve ir junto com ela, eles não se desgrudariam. Quando a Camila nasceu, tive ciúme... Percebi q ela roubaria seu amor de mim. Ah... Por que estou falando isso...- uma tragada- Ficaremos nós dois nessa casa imensa.

-Você não quer repensar aquela proposta de swing? -risos

-Pra mim, swing é pra quem é ruim de cama e precisa de disfarces.

-Por isso, meu bem, achei q seria uma boa solução para o seu caso.

-Você nunca me perdoou por eu ter te traído naquela minha viagem à Miami, não é mesmo? Talvez, se fosse um velho você até me perdoasse, mas um homem 14 anos mais novo q você... Eu compreendo.

- ela apóia o braço em volta do pescoço dele -

-Você deve ter mentido sua idade, como fez quando te conheci.

-O que importa é que ele acreditou, não notou q eu era mais velha.

-Eu notei, mas já era tarde.

-Você ainda acredita que o ódio e a raiva escondem tudo que de melhor existe no desejo, nos sentimentos?

-Vista a blusa, Natália. Nossa filha está para chegar.

- ela se levanta, fica andando de um lado para outro, lentamente -

-Você sabe q ela ainda vai demorar. Do que está com medo, então?

-Não quero q ela nos veja assim. É uma criança ainda.

-Ahahahahahahahaha. Uma criança! Pelo amor de Deus! Crianças éramos nós quando nos casamos, aos 20 anos, nossa filha tem 23. Mas você tem razão, vestirei a minha blusa e, quem sabe eu não deva ir com ela pro Rio de Janeiro? Minha ausência não faria nenhuma diferença pra você, não me vê mais como sua mulher...

-Cê vá, você nunca volte; e lembre-se, o Felipe já tem 24. Parece velho para seus gostos.

-o telefone toca.

-Atende?

-Vai atender o telefone.

- conversa rápida, Natália não ouve.

- ela se levanta abruptamente e assim q Leonardo desliga o telefone, grita - Aonde você quer chegar, Leonardo? Heim? Me diz, aonde você quer chegar com tudo isso?

-Era a Camila. Já estão no Rio. Não vieram se despedir.

-Eu gosto de carinho, você sabia disso, eu sou uma mulher, eu sofro, eu, eu, eu... Eu sou gente, Leonardo, eu me machuco...

-A Camila foi embora. Não veio se despedir.

-A Camila é a única pessoa sã dessa casa, ela não agüentava mais ver o jeito como nos tratamos... O emprego no Rio foi a oportunidade que precisava; amanhã eu ligo pra ela.

-Droga! De novo! Esse maldito cigarro! Ai!

-Minha filha se foi - toma o cinzeiro

-Eu vou pra cama, vou me deitar. Sabe, Léo, a única coisa que eu queria, que eu queria mesmo, de verdade, era poder encostar meu rosto no teu peito, ouvir sua voz me contando qual a paisagem dos seus pensamentos... e, ...e... e sentir que a nossa cumplicidade não é uma ilusão...

-Antes, prepara outra caipirinha?
Mas sem limão. Não quero mais nada que azede a minha noite.

-Caipirinha? Outra? Pra quê? Pra que se eu vou dormir com o travesseiro! Ah, Leonardo, não me encha o saco... - ela sai andando.

Ele pega o copo deixado por Natália, tira o limão, afasta todo gelo com os dedos e bebe somente a vodca, de um gole só, enquanto olha a foto de seu casamento. Pouco antes de uma lágrima cair, dá uma forte tragada no cigarro, deita no sofá e erra a letra que Ray Charles cantava.

.Daniela González e Fernando Galvão. Terça-feira, 2:30 da manhã. Era p ser uma entrevista, virou um quase-conto. Gracias.

O supremo castigo


O Supremo Castigo
Em todos os aeródromos, em todos os estágios, no ponto principal de todas as metrópoles, existe - e quem é que não viu? - aquele cartaz... De modo que, se esta civilização desaparecer e seus dispersos e bárbaros sobreviventes tiverem de recomeçar tudo desde o princípio - até que um dia também tenham os seus próprios arqueólogos - estes hão de sempre encontrar, nos mais diversos pontos do mundo inteiro, aquela mesma palavra. E pensarão eles que coca-cola era o nome do nosso Deus.

Mário Quintana

ps: melhor ver a Coca-Cola como Deus do que um de nossos politicos!!!!!!!!!

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

O Brasil é tão bom quanto o seu Voto!

Poema de Segundo Turno ou E Agora, Lula?


José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

José, Carlos Drummond de Andrade


domingo, 1 de outubro de 2006

O Profeta

Vai haver segundo turno - domingo, 2.29 da manhã.