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quinta-feira, 28 de junho de 2007

Notícias Populares: O Jornal que Sangrava

O jornal Notícias Populares foi um diário publicado em São Paulo, tendo o seu auge na década de 90 e um fim tão trágico quanto suas manchetes, em 2001. Em meio a uma série de conflitos de interesses, o NP notícias, que pertencia ao grupo Folha da Manhã, o mesmo que comanda a Folha de S. Paulo e o jornal Agora, sucumbiu à pressão de alguns dirigentes contrários, principalmente, à política editorial adotada pelo jornal, caracterizada pela total falta de escrúpulos. Saiu das bancas para entrar no folclore do jornalismo brasileiro. O público alvo do NP eram as classes mais baixas, que além de leitores, protagonizavam a maioria das manchetes. Alguns exemplos mais famosos publicados: "Broxa torra pênis na tomada"; "Porco arrota e mata balconista"; "Aumento de merda na poupança"; "Tomou sangue com Aids pensando que era iogurte"; "Homem mata vizinho e cimenta na parede" ou "Pai de família sai pra comprar pizza e volta com azeitona na testa".
A grande diferença do NP era a liberdade poética das manchetes, além de uma estilística diferenciada, totalmente sem censura, que faziam de suas reportagens verdadeiras viagens rumo ao imaginário do leitor. A verdade estava lá, porém, escrita com letras mais grossas que a realidade. Apenas sensacional.

O vídeo abaixo é a primeira parte de um documentário que contém relatos de alguns jornalistas componentes da redação do Notícias Populares. Prepare-se, irá escorrer sangue de seu monitor.


Renan Calheiros e o dedo de Arthur Virgílio

A foto ao lado é a cópia de mais uma das manobras não-convencionais do ainda presidente do senado Renan Calheiros (PMDB-AL). Durante uma sessão no congresso, Renan passou, na surdina, um singelo bilhete escrito à mão para o líder da oposição tucana Arthur Virgílio (dono do polegar, na foto), pedindo apoio no processo de quebra de decoro parlamentar que sofre. O texto suplicava: “Arthur: Precisamos resistir ao esquadrão da morte moral. Quem me conhece, sabe do meu comportamento. Para punir alguém, é preciso ter quebra de decoro e prova. Fora disso é imprensa opressiva. Você precisa me ajudar. Renan."
O tal "esquadrão da morte moral" a que o senador se refere é o P-SOl, partido que encaminhou o processo ao conselho de ética, além de seus opositores. Não foi o primeiro ato questionável de Renan Calheiros durante sua defesa. Antes, já havia emitido documentos rasurados, notas frias de vendas de bois voadores, assim como ainda não explicou claramente sua relação com o lobbysta da Construtora Mendes Junior, Cláudio Contijo, apontado como quem pagava despesas pessoais do senador à sua amante. Esperamos que tenha o mesmo fim de Severino.


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Desgraça pouca é bobagem: A revista Playboy está em negociações com a amante de Renan, e pivô de todo o escândalo que deve derrubar o presidente do senado, Mônica Veloso. As cifras que a jornalista pede para posar nua giram em torno de 1 milhão de reais. É mais ou menos duas cabeças de gados, pelas notas fiscais de Renan.


Notícia de Quinta: Camelo grava com Sandy e Junior

O INSS não foi tão generoso como Marcelo Camelo esperava. Logo após anunciar sua aposentadoria, o cantor lembrou que ainda precisava ganhar dinheiro com música e acabou perdendo a cabeça totalmente. O vocalista dos Los Hermanos irá participar da gravação do Acústico Mtv Sandy e Junior. Sim, eles mesmos, "os filhos do Chitãozinho & Xororó" (sic).
A produção do projeto confirmou a presença de Camelo e afirmou que, provavelmente, o cantor deverá dividir o microfone cantando alguns dos "sucessos" da dupla com a gloriosa Sandy, a virgem.
Os outros artistas convidados são Lulu Santos e Ivete Sangalo. O dvd e o programa na emissora devem sair no final de julho.
É fato que Lulu Santos nunca foi um homem famoso por suas sábias escolhas musicais e Ivete Sangalo já teve a presença de Sandy em um de seus discos. Agora, o músico que a mídia e público adotaram como o símbolo da cultura e conteúdo musical dando uma dessas? É de se assustar.
Porém, eu não duvido de mais nada, no que diz respeito ao universo musical. Se amanhã ficar sabendo que Sidney Magal, Wando e Lobão irão dividir o palco de um dvd especial sobre a história da Lambada no Brasil, eu não vou me surpreender. São os efeitos da aposentadoria, Camelo.
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A nota boa do dia foi o anúncio da volta da banda de rock inglesa "The Verve", com sua formação original. Os autores de Bittersweet Synphony voltam ao estúdio em julho para lançar um disco com faixas inéditas.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Às Viúvas dos Los Hermanos


A banda Los Hermanos publicou em seu site oficial uma paralisação de suas atividades por tempo indeterminado, seguida das datas de seus últimos shows, já realizados, no Rio de Janeiro. O luto se fez nos corredores das universidades. O pranto rolou pelos vastos campos pisados por pares solitários de all-star. Buttons foram arrancados e unhas cuspidas nas rodinhas de neo-revolucionários-com-cabelo-escovinha. Diante desse caos sonoro que virou a vida de um bando de fans, que não sabem mais ao certo a quem ouvir, duas questões devem ser analisadas com uma certa frieza. A primeira: até que ponto esse fim da banda é real? A justificativa dos músicos foi que era preciso um tempo exclusivo para dedicar-se aos projetos solos. Tá. OK. Toda banda grande, com componentes criativos, passa por essa fase. Mas para isso é necessário por fim ao grupo? Na minha modesta opinião isso tudo não passa de uma bela jogada de marketing. Eles super-valorizam essa pausa, e depois, ressurgem com a "volta triunfal". A carreira é deles, administram como quiserem. No entanto, existe algo que se chama fã (e o Los Hermanos, avesso à industria das gravadoras, devem muito a eles) e uma certa pitada de arrogância foi detectada em meio a esse pseudo-fim com cara de férias bem remuneradas por aqueles que compram seus discos. A segunda questão é meramente especulativa. Quando uma banda ou artista sai de cena, deixa de legado para outro uma parte de seus fans e espaço na mídia e no mercado. Foi assim com Ana Carolina, que só estourou depois da morte da Cássia Éller e do Pearl Jam, que reinou absoluto na fase grunge do rock após o fim do Nirvana ou até mesmo do Oasis, ao herdar inúmeros beatle-maníacos totalmente sem pai nem mãe. Quem irá traçar e levar aos shows as viúvas dos Los Hermanos? Talvez seja cedo para palpites, pois os defuntos nem esfriaram ainda. Porém algumas bandas surgem com chances. As viúvas-tradicionais, mais óbvias, aquelas que não admitem grandes mudanças, podem partir para Orquestra Imperial ( banda carioca que tem Rodrigo Amarante como guitarrista e vocalista e lança o CD de estréia, repleto de baladas com tons carnavalescos, em julho) ou Teatro Mágico (é a "cara" das viúvas-hermaníacas, com uma levada mpb indie, conta com músicas dos hermanos no repertório. Destacam-se por se apresentarem maquiados de palhaços, ou seja, super "alternativinhos"). Para as viúvas-groupies mais jovens, com muita lenha para queimar e disposição para fazer crescer novas bandas, as opções são Fresno (banda de Porto Alegre que não se cansa de abusar de letras melódicas, com uma base de hardcore) ou Gram (uma espécie de versão paulistana de Los Hermanos) - devido ao alto teor de melação-glicosada das letras, essas bandas não são aconselháveis às viúvas diabéticas ou em regime. A última alternativa possível é a que as viúvas se unam em torno das grandes figuronas da Mpb, capazes de estancar a ferida. O público de Adriana Calcanhoto, Marisa Monte e Maria Rita pode ser inflado por essa trupe, principalmente a última, que tem como um de seus compositores favoritos Marcelo Camelo. As apostas e os palpites foram lançados. Que venha a história.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O Código Tarantino

É impressionante: quando solto às amarras de uma repetitiva e preguiçosa indústria cinematográfica, a qualidade e a originalidade do Cinema Brasileiro não nos fazem invejar nenhum outro canto do mundo. "Tarantino's Mind", curta-metragem, exibido no Festival de Cinema do Rio, revela exatamente isso. Em um botequim, no centro de São Paulo, Selton Mello e Seu Jorge tramam uma irresistível teoria de conspiração daquelas que quando ouve-se, dá a impressão que tudo ao redor se calou por instante e nada consegue fazer mais sentido. Selton conta ao parceiro que acabara de decifrar todo o segredo da obra do mais cult e badalado diretor de cinema atual: Quentin Tarantino. Um ar de segredo, acompanhado de uma porção de batata-frita, une os dois personagens numa conversa que nos leva a repassar mentalmente todos os filmes do diretor americano. Onze minutos muito bem gastos.

Fuckin with Shakespeare

"O Destino de Miguel", é uma redublagem totalmente alucinada do filme "Shakespeare Apaixonado", feita por parte do elenco do programa extinto da Rede Globo "Sexo Frágil", além de convidados tão especias, quanto inusitados. Acrescentam voz ao filme, entre outros: Caetano Veloso, Igor Cavaleira, Wagner Moura, Daniel Oliveira e Lázaro ramos. O ator e cantor Zéu Britto é quem dubla o personagem principal de maneira inesquecível. Shakespeare deve estar rolando de rir em seu leito (apesar de, provavelmente, ter pousado para o sono eterno de bruços). Imperdível.


quarta-feira, 20 de junho de 2007

Frase do dia - O descaso



"Isso de “o senador admite deixar o cargo, há pressão para deixar o cargo”...Nada. Só quem não me conhece. Eu sou um homem de luta, forjado na luta. Essa palavra renúncia não existe.
Não haverá apelo (para que eu renuncie), porque não há nenhuma acusação contra mim. Como se quebra o decoro sem ter uma acusação? Eu continuo a confiar no sentimento de justiça da Casa. "

(Renan Calheiros, explicando o inexplicável e acreditando no inacreditável)
Em tempo: 1. Sua mulher, ao acreditar em seus sentimentos de justiça, terminou com um constrangimento nacional, além de um belo par de chifres. 2. O P-SOL apresentou ao Conselho de Ética do Senado uma acusação de quebra de decoro. 3. A palavra renúncia existe sim.

Parece piada, mas é Brasil

Arnaldo Jabour comenta o caso "MonicaGate". ( Até agora, só ficou comprovado pelo Conselho de Ética que Renan Calheiros mentia para sua esposa, sua amante, a imprensa e parlamentares. As notas frias de seus açougues milionários e seu relacionamento com o lobbysta Cláudio Contijo ainda estão sendo investigadas...)

Renúncia Já

Está sobre a mesa do Conselho de Ética do Senado, o futuro da ética, no Senado. Será decidida hoje a votação ou não do relatório feito por senadores que pedem o arquivamento do processo de quebra de decoro parlamentar do presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O esquema (com o perdão do jargão político) funciona mais ou menos assim: Quando vem à tona um escândalo envolvendo algum parlamentar (o caso Monica Veloso-Cláudio Contijo-Renan, por ex.), a denúncia deve ser apurada e julgada pelos parlamentares da casa (ou seja, os colegas de esquema, ou melhor, serviço). Durante as investigações, pode ser criada uma CPI (o que a base aliada do Governo impossibilitou) ou o caso vai para o Conselho de Ética, a fim de ser apurado se houve ou não quebra do Decoro Parlamentar (uma espécie de código de conduta que proíbe atos como abuso de poder e recebimentos de vantagens indevidas). No Conselho, após as apurações devidas, o relator (nomeado pelo presidente do Senado) encaminha ao presidente do Conselho de Ética (nomeado, também, pelo mesmo) o texto final das investigações para ser votado pelos demais componentes. Ou seja, o réu escolhe o seu próprio juiz: Renan nomeou Sibá Machado (PT-AC) para presidência do conselho e indica hoje, pela segunda vez, o nome do relator, que com toda certeza também será da tropa-de-choque do senador.
Agora, vamos aos fatos. Acusação: Renan Calheiros teria usado os serviços do lobbysta Cláudio Contijo (Construtora MendesJúnior, investigada na operação Navalha) para dar dinheiro a sua amante, Monica Veloso (com quem tem uma filha de 3 anos), como forma de pagamento de uma pensão alimentícia e despesas diversas. Defesa de Renan: Assume o caso extra-nupcial, mas alega que Cláudio Contijo era apenas um amigo em comum e que o dinheiro destinado à pensão vinha de suas próprias finanças, salário parlamentar e rendimentos agropecuários, e não da construtora. Controvérsias: Advogado de Monica Veloso afirma que sua cliente nunca tinha visto o lobbysta até o dia do primeiro pagamento. O salário do senador (12.000 reais, na época), não é suficiente para bancar todo o montante. As notas fiscais das vendas de carne bovina de sua fazenda para açougues e pessoas físicas de Alagoas, em parte, são frias. O rendimento apresentado de sua fazenda, dedicada ao gado de corte, mostra-se bem acima dos padrões nacionais. O estado de Alagoas é proibido por lei, devido ao surto de febre aftosa, de comerciar carne para outras regiões.
Em meio à tanta lama, é completamente insustentável a permanência de Renan Calheiros na Presidência do Senado. O seu afastamento do cargo, durante as investigações, é o mínimo de decência que uma população merece, para que não haja nenhuma espécie de corporativismo e se afaste esse cheiro de pizza que ronda os céus de Brasília.

Limpeza no governo


(o mais legal é descobrir que José Serra faz parte da turma da bolinha de meleca)

Como tirar um Francês da jogada

Thierry Henry impressionado com a habilidade de Gisele Bündchen.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Ducha de Água Fria (ou: "Tira o olho, Sarkozy")

No mesmo dia em que Marta Suplicy relembrou os velhos tempos de sexóloga, o Presidente Lula Não-Sei-de-Nada da Silva se complica ao beber um copo d´água. Bom, ao menos serviu para esfriar a cabeça, ou melhor, o facho da ministra...

Relaxa e Goza!

Mais um capítulo da comédia público-privada do Circo da Política Brasileira. Dessa vez, quem subiu ao palco do escracho nacional foi Marta Suplicy (PT-SP), ministra do turismo (e ex-esposa do senador Suplicy, ex-sexóloga e, agora, ex-pré-candidata do PT à presidência). Ao ser perguntada sobre a situação dos passageiros nos aeroportos, deu um inusitado e totalmente inoportuno conselho àqueles que sofrem com o caos aéreo: Relaxa e Goza. Em um ponto, a ministra tem razão: nada melhor do que relaxar e gozar para quem está sendo ferrado...
Parece piada, mas é Brasil.


Je ne parle pas bien (mas bebo como ninguém)!

Enquanto os líderes do G8, grupo dos 7 países mais desenvolvidas e a Rússia, decidem o futuro do mundo, o presidente francês Nicolas Sarkozy parece ter sido embriagado pelo discurso de Lula a favor do álcool. A imprensa francesa se auto-censurou e boicotou as imagens do início da entrevis que Sarkozy deu aos jornalistas, logo após uma reunião com o chefe de estado russo Vladimir Putin. Logicamente que alguém gravou tudo e, disfarçadamente, espalhou para o mundo todo.