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domingo, 31 de dezembro de 2006

Feliz Ano Novo!


Adeus ano velho, feliz ano novo...centenas de vezes ouvimos a mesma frase, todos os dias 31 de dezembro nos são apresentados da mesma maneira: a gente comemora o ano novo, promete centenas de coisas que não serão cumpridas e bebemos todas pra começar o ano com o pé direito na jaca! Abraços, beijos, cumprimentos....tudo reunido numa caixa que abrimos só nesse dia, esquecendo dos outros 364 que ainda virão, ou até mesmo dos 364 que passaram. Aí chega enfim o próximo ano, vida nova, roupa nova... mas os problemas são os velhos, o trabalho é o mesmo, e tudo que queríamos vai por água a baixo? Na verdade isso faz parte apenas de um ritual, as pessoas fazem até ''magias'' durante a passagem do ano pra ver se a vida muda, só esquecem que a magia principal se encontra dentro de cada pessoa, não há simpatia, macumba ou reza que faça uma vida se tornar melhor,sendo que esta vive completamente cheia de amargura e pessimismo e que fica frustrada porque seus planos do reveillon não deram certo e que tudo que aconteceu durante o último ano foi inesperado e completamente o oposto do que havia pedido ao papai-noel ou nas simpatias do ano novo. ''Cala a boca'' ainda bem que a vida não funciona do jeito que a gente espera que ela seja,ou ela seria um marasmo, e não teríamos um objetivo pra acordar no outro dia, pois como já saberíamos o que iria acontecer era só ficar olhando pro teto do quarto que tudo ''fluiría'' e seríamos felizes para sempre amém. A graça de se viver é que nada permanece parado, tudo precisa de açoes e reações, precisa de raiva, de stress, de amor, carinho, companheirismo, dignidade, justiça, força, cara-de-pau, chutar o pau da barraca, ficar ''puta(o)'', gritar, beber, dançar, correr, chorar....precisa de verbos que modifiquem as frases do dia-a-dia fazendo com que nosso ritual diário seja um mistério, seja o inesperado, que o coração acelere e que mostre o motivo real de estarmos aqui: descobrir que a felicidade existe pra todos independente do que você pediu na virada do ano, a vida é cheia de surpresas e isso mostra o quanto é bom aproveitar e viver, simplesmente.Prometa que vai estudar, trabalhar, comprar um carro, viajar pra praia, casar e ter filhos, porque isso pode não acontecer e você tem motivo pra viver mais um ano prometendo isso novamente e assim fazendo parte da história de vida de tantas pessoas que inesperadamente possam lhe mostrar o sentido da palavra FELICIDADE.Amém...

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Frase do Dia - "Marisa, quem?"

"Ela é uma imbecil. Quem é Marisa Monte? Ela só canta para comer". Clodovil Hernandez, - ex-estilista, ex-apresentador, ex-cória e deputado eleito - dando uma alfinetada na carreira de Marisa Monte, após críticas da cantora sobre a eleição expressiva do futuro "parlamentar" (que, diga-se de passagem, já vai pegar o aumento salarial excroto e inoportuno de 91% aos deputados e senadores em 2007).
Tudo bem Clô, ela só canta para comer. O pior é você, que só canta para d... Além disso, 91% de aumento salarial não é nada. Ele já deve ter recebido coisa bem maior.

Honestidade Passiva (no bom sentido)

O único problema é que a vista é um c...
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quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Assim termina um ano letivo...


Quem diria...depois de tanto lutar, finalmente estamos livres!!! Perdemos um semestre, vencemos com vontade; perdemos professores, ganhamos mais amigos; nos descabelamos, obtivemos êxito. Tivemos várias dificuldades, mas conseguimos superar... Finalmente o ano termina, com amigos que viajam para longe na distância, mas permanecem perto em nossos corações e e-mails, afinal voltaremos a nos ver; mesmo assim, não deixamos de nos emocionar com a partida de um amigo tão querido. Além das vitórias e um 3º ano que nos espera, e apesar da saudade que sentimos por estarmos longes, assim termina um ano letivo, e começa uma nova batalha em 2007, com muitas vitórias junto com uma coisa que não pode faltar numa equipe como o nosso Clube da Letra: A amizade.

Feliz Natal e Feliz 2007

Um abraço a Todos.

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

O Introspecto Lispector


"Escrevo para ficar livre de mim mesma". Essa é a razão que fez de Clarice Lispector a maior escritora que esse país já leu. Tomara que nós, leitores, não fiquemos livre de sua obra nunca.
A mais brasileira das ucranianas vei cedo para cá. Com alguns meses de vida, Clarice mudou-se com a família para Fortaleza. É daí que vem a lembrança em seu sotaque arrastado. Começou escrever aos 5 anos uma história que não tinha fim, como ela mesmo dizia. Morreu em 1977, no Rio de Janeiro, vítima de câncer. Porém, sua história ainda continua sem fim. Casada com um diplomata brasileiro, rodou o mundo e sugou dele o melhor e o pior. Sentia na pele as feições de cada um. As traduzia em palavras cortantes. O link acima mostra uma entrevista concedida ao jornalista Junio Lerner para o programa "Panorama" de 01/02/77, meses antes de sua morte. Clarice havia acabado de escrever seu último romance: "A Hora da Estrela". Lacônica nas palavras e nos gestos, escondia sob a personalidade introspectiva toda a dor de seu corpo em cada tragada. Um passado confuso: meio brasileira, meio russa. Uma obra confusa. "Hermética". Impermeável até mesmo para ela mesma, como no conto "O Ovo e a Galinha", que afirmava ser um de seus preferidos por nunca o tê-lo entendido completamente. Dizia que o melhor que um escritor pode fazer é falar pouco. Seu corpo entendia. Um sotaque preso parecia não acostumado a deixar-se falar. O interior é mudo, mas seus sentidos, gritantes.

O Efeito Peru


Prepare o seu saco, pois Noel já está com o dele bem cheio. Aí vêm eles: as renas, os piscas, os sininhos, o gordo de vermelho que traz playstation para uns e cestas básicas para outros. A Al-Qaeda do shopping. O consumismo marry chrystmas do terror. Aquele presente que você nunca vai usar de seu amigo nunca secreto. O velho batom vim-para-ficar de sua titia. O peru. Ah, o peru! Uma felicidade obesa. Uma epiléptica benevolência. Meu tio fica com a asa, meu avô adora a coxa. Minha mãe leva a farofa e eu traço o peito. Ah, o peito. Faustão e seus melhores piores de todos os tempos da última semana. Ô loco meu! Roberto, o rei, com seu especial nada especial. Então é Natal, Simone faz a meia. Xuxa ataca travestida de duende, fada, boa atriz ou qualquer outra coisa que não exista. Acabou o papel, mas não faz mal, limpo com o jornal e suas carniceiras retrospectivas. Aquela família desnaturada vai acabar esquecendo-se dele de novo. E preparem-se, pois ano que vem vai ser diferente! O futuro já começou. A festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser! A festa da virada! Virada? Só se for do meu copo de sidra maçã-verde.
O efeito peru não só ataca as famílias, que ficam eufóricas, como também os relacionamentos amorosos. Ahm? Sim. Há uma febre, um coça-coça, um faniquito em todo e qualquer casal de namorados nessa época do ano. Ao menos por alguns segundos passa pela cabeça dos comprometidos mandar às favas todas juras de amor eterno e se enfiar na primeira jaca que aparecer. Chutar aquela aliança de compromisso ridícula e encher a cara no primeiro cruzeiro transatlântico que cruzar seu caminho. Namoro, no Brasil, só começa depois do carnaval. O resto é rolo. Eu, que nem namorada tenho, queria arrumar uma essa semana só para terminar antes do natal e sentir o gostinho de tirar os sapatos depois de duas São Silvestres. Brasileiro é jeitosinho: dá um beijinho na trave durante a ceia natalina, um selinho no reveillón e, quando vê, já está perdido num motel entre Itaparica e Guarujá no carnaval. Ah, o verão. Tem coisas que nem nossos netos podem saber.