O caso do Governador de NY, Eliot Spitzer, que renunciou ao mandato após o escândalo sexual que envolveu traição, prostitutas de luxo e possível uso indevido do dinheiro público traz à tona não só a falta de caráter do político, mas também expõe a face envergonhada de um pudismo americano: uma sociedade onde pevertidos e sociopatas se protegem sob a máscara do "american way of life".
O político desculpou-se com sua esposa, suas filhas, seus eleitores e o povo de NY. Porém, Eliot Spitzer esqueceu de se desculpar com uma pessoa que também foi envolvida em sua aventura sacana: a prostituta Ashley Duprè (na foto).
Se prostituição é crime (nos EUA), quem é a vítima? A esposa de Spitzer? Os eleitores que acreditaram nas juras de honrabilidade do político? A jovem meretriz coagida a alugar seu corpo pelos dólares fartos do poderoso governador?
A cara embaraçosa do governador renunciando em frente às câmeras escancara não só a sua própria vergonha, mas também a de toda sociedade de aparências americana. Eliot se mostrou frágil, indefeso, totalmente entregue aos tomates da vergonha. Mas talvez, pela primeira vez na vida, Eliot Spitzer foi, de fato, Eliot Spitzer.
Antes de eleito, o ex-governador ganhou notoriedade ao ser promotor público de NY, agindo com destaque, ironicamente, contra redes de prostituições na cidade.
As investigações sobre o caso apontam que Spitzer gastou algo em torno de 80 mil dólares com prostitutas de luxo, nos últimos 10 anos.
A pior traição de Eliot Spitzer foi contra si mesmo. Contra o Spitzer das aparências, o Spitzer que orgulhava-se em bater no peito e bravar em defesa dos valores e bons-costumes americanos.
A bipolaridade do político se revela. O conservador Spitzer, envergonhado, cumprirá sua ressaca moral eternamente enquanto o libertino Eliot, a faceta pervertida do governador, se consolará no colo de outras jovens damas sempre tão dispostas a dar carinho até àqueles que tem vergonha de si mesmo.
4 comentários:
Geeente, que bafão!
Os americanos são muito mais preocupados com vida sexual dos seus candidatos do que com seus planos de governo. É o tabloide way of life.
Não que esse cara num seja um escroto.
oq diria Bill Clinton sobre isto? (rs)
A vítima foi o governador, q perdeu o emprego.
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